A candidata Cristina Graeml (PMB), que disputa o segundo turno da eleição para prefeito em Curitiba, afirmou que a partir de agora não concederá mais entrevistas para o Plural e para a Revista Veja. A decisão da candidata vem após uma série de denúncias feitas contra ela o seu candidato a vice-prefeito, Jairo Ferreira Filho (PMB).

Cristina tinha uma sabatina marcada com o Plural. Sua assessoria havia confirmado a entrevista para este sábado (12), depois falou em deixar para a quinta-feira (17). Nesta sexta (11), porém, disse que a candidata “não se sente respeitada” pelo jornal e antecipou a decisão, anunciada horas depois, de que Cristina não daria mais entrevistas para o Plural.

Na nota, a campanha de Cristina afirma que veículos de imprensa estariam fazendo cortes e edições com a intenção de deturpar suas falas e “criar narrativas”. A nota não aponta quando isso teria ocorrido.

Nos últimos dias, o Plural publicou uma série de denúncias sobre Cristina e seu vice. O jornal mostrou, por exemplo, que Jairo Filho responde a uma série de processos judiciais: num deles, o candidato a vice já tem inclusive condenação no Tribunal de Justiça do Paraná.

Outra reportagem revelou que, segundo uma plataforma destinada a mostrar quando um texto foi criado por Inteligência Artificial, e não por humanos, 88% do plano de governo registrado por Cristina Graeml na Justiça Eleitoral foi escrito por robôs.

Coordenador-geral do Plural, o jornalista Rogerio Galindo lamenta a decisão de Cristina Graeml de não responder mais ao jornal e afirma que em nenhum momento houve distorção de fatos nas reportagens. “A candidata passou para o segundo turno e é natural que se comece a falar mais dela, inclusive para mostrar ao eleitorado caso haja fatores que desabonem sua candidatura”, afirma.

Segundo Galindo, o Plural irá continuar com o trabalho de fiscalização dos políticos, como sempre fez. “Um dos diferenciais do Plural é justamente o fato de sermos um jornal independente que se dedica a cobrir os políticos sem qualquer receio de incomodar os poderosos. Se eles não gostam, provavelmente é porque estamos revelando fatos relevantes”, diz.

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