Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6×1 e diz que governo ‘tem simpatia’ pela proposta | Exame
Data: 14/11/2024 20:58:32
Fonte: exame.com
O Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, manifestou nesta quinta-feira, 14, seu apoio ao fim da jornada 6X1, ressaltando que a mudança não deve incluir redução de salários. No início da semana, o Ministério do Trabalho divulgou uma nota defendendo que a alteração fosse tratada em convenções e acordos coletivos.
“A jornada 6X1 é cruel. Pensar você um, dois, três, quatro, dez anos, ter um único dia de folga na semana, imagina só o quanto é cruel, em especial para as mulheres,” declarou Marinho em entrevista divulgada nas redes sociais.
Embora defenda a proposta, o ministro pediu cautela na discussão do tema: “O governo tem grande simpatia e pede serenidade no debate. Devemos trabalhar para acabar com o 6X1, essa é minha posição. Porém, o papel da negociação coletiva é essencial, pois a fixação de horários deve ser feita em mesa de negociação”, afirmou.
Importância da negociação coletiva
Marinho destacou ainda que, em sua época de presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, a jornada 6X1 foi eliminada por meio de negociação e mobilização dos trabalhadores, com base na mesma legislação vigente e na Constituição Federal.
“Fizemos isso com acordos de redução de jornada. A maioria desse segmento já trabalha 40 horas semanais, em vez das 44 horas entendidas como jornada máxima”, afirmou o ministro.
Impacto econômico
O ministro ressaltou que o fim da jornada 6X1 poderia trazer benefícios econômicos e sociais, principalmente para as mulheres: “Fica aqui um chamado a todos os segmentos da economia sobre a necessidade de debater a redução da jornada sem redução de salário e, neste contexto, buscar o fim do 6X1, o que seria muito positivo para a economia e para os trabalhadores, especialmente para as trabalhadoras”, enfatizou Marinho.
A proposta para alterar a jornada semanal, atualmente de 44 horas, está formalizada em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP). O projeto ganhou destaque nas redes sociais e já conta com o número de assinaturas necessárias para tramitar no Congresso Nacional.