Médicos pernambucanos organizam evento para restauro do Memorial da Medicina de Pernambuco
Data: 18/04/2025 14:30:15
Fonte: folhape.com.br
O Memorial da Medicina de Pernambuco, localizado no Derby, área central do Recife, será palco de um evento em prol da requalificação do prédio, interditado há um ano por problemas estruturais. O evento, que está sendo organizado pelas entidades médicas e outras instituições, acontece no próximo sábado (26), às 9h.
Tombado em 1986 como Patrimônio Histórico de Pernambuco e considerado a Casa da Medicina de Pernambuco, o Memorial irá completar um século de história em 2027. No local, funcionou a primeira Escola Médica de Pernambuco.
Desde 1958, o prédio é propriedade da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e os médicos têm reivindicado reparos e requalificação nas instalações no Memorial para a gestão acadêmica da UFPE.
“Todas as instituições médicas importantes como o Instituto Pernambucano de História da Medicina, Museu da Medicina de Pernambuco, Academia Pernambucana de Medicina, Sociedade Brasileira de Médicos e Escritores, Instituto Pernambucano de Estudos da Terceira Idade, Academia de Artes e Letras de Pernambuco passaram a funcionar no prédio do Memorial da Medicina de Pernambuco. É um prédio histórico e tombado como Patrimônio Histórico de Pernambuco desde 1986”, destacou o presidente da Academia Pernambucana de Medicina, Antônio Peregrino.
História
O Memorial é um prédio quase secular, criado pelo arquiteto grego, de ascendência italiana, chamado Giacomo Palumbo. O arquiteto desenhou toda a edificação e o projeto arquitetônico.
O prédio resguarda toda a história da medicina pernambucana, com acervos de peças e equipamentos da época de sua fundação.
Peças seculares, como itens de dermatologia, livros históricos, produção científica local, peças de ginecologia — todo um material típico de museu, estão presentes no interior do Memorial.
“Ele abriga diversas instituições de grande valor cultural e histórico, como o Museu da Medicina de Pernambuco, que possui um grande acervo de peças. No dia 26 de abril de 2024, começaram a ocorrer desabamentos na parte traseira do prédio. A fachada e, de forma geral, todo o edifício apresenta sinais de descuido, devido à falta de manutenção. A parte externa, especialmente a parte de trás, passou a sofrer desabamentos parciais no teto. A Defesa Civil esteve no local e, inicialmente, avaliou que seria necessário intervir apenas na parte final do prédio, e não em sua totalidade”, afirmou Peregrino.
O doutor elenca que pouco foi feito pela manutenção do edifício e, sobretudo, que o problema estrutural começou há muito tempo.
“Muito pouco foi feito, apenas algumas escoras foram colocadas, talvez na tentativa de evitar o desabamento completo das paredes, principalmente das paredes posteriores. O problema, que começou lá atrás, agora está completamente fora de controle. Todas essas instituições estão sem teto, desalojadas. A Academia Pernambucana de Medicina, o museu… as peças continuam lá. Uma parte já foi danificada, e a outra está se deteriorando, porque o prédio está completamente sem manutenção. Está úmido, abandonado — e agora que o inverno está começando, fica a preocupação: como é que vai ser?”.
Peregrino convidou todo o corpo docente da UFPE, as instituições médicas do estado e a sociedade no geral para se unir à causa em prol da requalificação do Memorial da Medicina de Pernambuco.
“No dia 26 de abril, na próxima semana, realizaremos um evento em frente ao prédio, no qual estamos convidando todas as instituições médicas de Pernambuco, como o Cremepe (Conselho Regional de Medicina), o Sindicato dos Médicos de Pernambuco e a Associação Médica de Pernambuco. Também estão sendo convidadas todas as universidades e faculdades de medicina, públicas e particulares”, iniciou.
“Estamos convidando, ainda, a sociedade em geral para se unir a essa luta pela reconstrução do prédio, que deve ser realizada pela Universidade Federal. A própria Universidade Federal também está sendo convidada a comparecer ao evento, para apresentar informações sobre o andamento do projeto e a execução das obras. Temos buscado, de todas as formas, sensibilizar as autoridades e a sociedade para que essa reconstrução ocorra da forma mais rápida possível”, completou.
A reportagem entrou em contato com a comunicação da UFPE e, até esta atualização, não obteve resposta.