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Bovinos de corte ou de leite: descubra o ideal para sua fazenda

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Data: 22/04/2025 08:00:06

Fonte: agro.estadao.com.br

Rusticidade, qualidade e adaptação ao clima são cruciais na escolha, que impacta diretamente na eficiência e no valor do produto final


Foto: Adobe Stock

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Qual a melhor opção para sua fazenda: criar bovinos de corte ou de leite? Esta é uma questão que muitos produtores rurais enfrentam ao iniciar ou diversificar sua produção pecuária. 

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A pecuária brasileira, seja de corte ou de leite, desempenha um papel fundamental na economia do país, sendo responsável por uma parcela significativa do PIB agrícola. 

O mercado para ambos os tipos de produção apresenta oportunidades e desafios únicos, com a carne bovina sendo um produto de exportação valioso e o leite atendendo principalmente à demanda interna.

Bovinos de corte

Foto: Adobe Stock

Os bovinos de corte são criados especificamente para a produção de carne, com foco no desenvolvimento muscular e na eficiência de conversão alimentar. Esses animais são caracterizados por sua estrutura corporal robusta, com maior proporção de músculos em relação à gordura.

O Nelore é uma das raças mais populares no Brasil, conhecida por sua rusticidade e adaptabilidade ao clima tropical. Esses animais apresentam pelagem branca ou acinzentada, cupim pronunciado e orelhas compridas. 

Sua principal vantagem é a resistência a parasitas e doenças, além da capacidade de aproveitar pastagens de menor qualidade. No entanto, a carne do Nelore tende a ter menor marmoreio (gordura intramuscular) em comparação com raças europeias.

A raça Angus, originária da Escócia, ganhou popularidade no Brasil devido à qualidade superior de sua carne. Os animais Angus são conhecidos por sua precocidade sexual e de acabamento, produzindo carne macia e bem marmorizada. 

Contudo, sua adaptabilidade a climas quentes é menor em comparação com raças zebuínas, exigindo maior cuidado em regiões tropicais.

O Brahman, uma raça desenvolvida nos Estados Unidos a partir de raças zebuínas, combina boa resistência a parasitas com eficiente conversão alimentar. Esses animais apresentam pelagem clara, grandes orelhas e cupim proeminente. 

Embora sejam bem adaptados ao clima tropical, a qualidade da carne pode variar, sendo geralmente intermediária entre o Nelore e as raças europeias.

Outras raças importantes incluem o Brangus (cruzamento de Angus com Brahman), o Canchim (5/8 Charolês e 3/8 Zebu) e o Senepol (desenvolvido para combinar resistência ao calor com qualidade de carne). 

Cada uma dessas raças oferece um equilíbrio único entre adaptabilidade e qualidade de carne, permitindo aos produtores escolher a mais adequada para suas condições específicas.

Vantagens da criação de bovinos de corte:

  • Menor exigência de mão de obra em comparação com a pecuária leiteira;
  • Maior flexibilidade no manejo e na comercialização;
  • Possibilidade de integração com outras atividades agrícolas, como a agricultura.

Desvantagens da Criação de Bovinos de Corte:

  • Ciclo de produção mais longo, resultando em maior tempo para obter retorno financeiro;
  • Dependência das condições climáticas, especialmente em sistemas extensivos;
  • Variação nos preços da carne, influenciada por fatores de mercado internos e externos.

Bovinos de leite

Foto: Adobe Stock

Os bovinos de leite são criados com o objetivo principal de produzir leite em quantidade e qualidade. Esses animais apresentam características físicas distintas, como úbere bem desenvolvido, ossatura mais fina e menor musculatura em comparação com os bovinos de corte.

A raça Holandesa é mundialmente reconhecida como a maior produtora de leite. Caracterizada por sua pelagem preta e branca (embora existam variantes vermelha e branca), a Holandesa é conhecida por sua alta produção de leite, podendo ultrapassar 10.000 litros por lactação. 

No entanto, essa raça exige manejo nutricional e sanitário intensivo, sendo menos rústica e mais suscetível ao estresse térmico em climas quentes.

A Jersey, originária da ilha britânica de Jersey, é apreciada pela alta qualidade do seu leite, rico em gordura e proteína. Esses animais são menores e mais adaptáveis a diferentes climas em comparação com a Holandesa. 

Embora produzam menor volume de leite, a eficiência na conversão de alimento em leite é notável.

A Girolando, uma raça desenvolvida no Brasil, resulta do cruzamento entre Holandês e Gir. Esta raça combina a alta produção leiteira da Holandesa com a rusticidade e adaptabilidade do Gir, sendo ideal para as condições tropicais brasileiras. 

A Girolando representa uma grande parcela do rebanho leiteiro nacional, oferecendo boa produção de leite com menor exigência de manejo intensivo.

Outras raças importantes incluem a Pardo-Suíça, conhecida pela longevidade e qualidade do leite, e o Gir Leiteiro, uma raça zebuína selecionada para produção de leite, que se destaca pela rusticidade e adaptação ao clima tropical.

Vantagens da criação de bovinos de leite:

  • Fluxo de caixa constante, com receita diária ou semanal proveniente da venda do leite;
  • Possibilidade de agregar valor ao produto através da produção de derivados lácteos;
  • Mercado consumidor relativamente estável, com demanda constante por leite e derivados.

Desvantagens da criação de bovinos de leite:

  • Maior exigência de mão de obra qualificada e infraestrutura específica;
  • Custos de produção mais elevados, incluindo alimentação especializada e equipamentos;
  • Sensibilidade às variações no preço do leite, que podem afetar a rentabilidade.

Como escolher entre bovinos de corte e de leite?

Foto: Adobe Stock

A escolha entre bovinos de corte e de leite deve ser baseada em uma análise cuidadosa de diversos fatores. Primeiramente, é essencial realizar uma análise de mercado, considerando a demanda por carne e leite na região, os preços praticados e o nível de concorrência. 

Os recursos disponíveis na propriedade são outro fator crucial. A criação de bovinos de corte geralmente requer áreas maiores de pastagem, enquanto a produção leiteira pode ser realizada em áreas menores, mas com maior intensificação. 

A disponibilidade de água é fundamental para ambos os sistemas, mas é especialmente crítica na produção de leite. A mão de obra disponível também deve ser considerada, já que a produção leiteira exige uma rotina mais intensa e mão de obra mais especializada.

O capital disponível para investimento inicial é outro aspecto importante. A produção leiteira geralmente requer investimentos mais altos em infraestrutura, como sala de ordenha e equipamentos de refrigeração, enquanto a pecuária de corte pode começar com investimentos menores, especialmente em sistemas extensivos.

O perfil do produtor também influencia significativamente na escolha. A produção leiteira exige um conhecimento técnico mais específico e uma rotina diária mais rigorosa. Já a pecuária de corte oferece maior flexibilidade no manejo diário, mas requer habilidades em comercialização e gestão de riscos de mercado.

Por fim, a pecuária de corte, embora tenha um ciclo mais longo, pode oferecer retornos maiores em momentos de alta do mercado. Por outro lado, a produção leiteira tende a proporcionar uma renda mais estável, mas com margens de lucro geralmente menores.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão




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