O presidente americano Donald Trump de pé, em frente a uma ilustração da Casa Branca

  • Author, Anthony Zurcher e Tom Geoghegan
  • Role, De Washington (EUA) para a BBC News

Durante a campanha presidencial americana do ano passado, Donald Trump repetiu sistematicamente sua intenção de realizar mudanças dramáticas assim que retornasse à Casa Branca.

Mas poucas pessoas esperavam que essas mudanças viessem em velocidade tão vertiginosa.

Nos três meses que se passaram desde a sua posse, o 47º presidente dos Estados Unidos exerceu seu poder como poucos de seus predecessores o fizeram.

Para seus apoiadores, sua terapia de choque e pavor foi uma demonstração tangível de um presidente totalmente ativo, cumprindo suas promessas e instaurando reformas aguardadas há muito tempo.

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Mas seus críticos receiam que Trump esteja causando danos irreparáveis ao país, ultrapassando seus poderes, inviabilizando funções governamentais importantes e, talvez, remodelando a presidência de forma permanente.

Aqui estão seis pontos marcantes dos 100 primeiros dias do segundo mandato de Donald Trump.

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Uma postagem nas redes sociais dispara um bombardeio constitucional

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Pelo menos uma vez, não foi uma postagem de Trump nas redes sociais que gerou indignação.

Três semanas depois da posse, em uma manhã de domingo, às 10h13, o vice-presidente americano J. D. Vance escreveu nove palavras que sinalizaram uma estratégia que, desde então, vem definindo o segundo mandato de Trump.

“Juízes não podem controlar o poder legítimo do Executivo”, escreveu ele no X, antigo Twitter.

Seguiu-se um frenesi na imprensa. Diversos especialistas legais questionaram esta declaração, apontando um princípio que é fundamental para a democracia americana há 220 anos.

Os tribunais detêm o poder de verificar e impedir qualquer ação governamental — quer sejam leis, regulamentos ou ordens executivas — que, para eles, viole a Constituição dos Estados Unidos.

As palavras de Vance representaram um desafio aberto às autoridades judiciárias e, de forma geral, ao sistema de três poderes independentes criado pelos fundadores do país.

Trump e sua equipe permanecem irredutíveis, ampliando o alcance do Executivo até o domínio dos demais poderes — o Legislativo e o Judiciário.

O monte Rushmore, nos Estados Unidos, e as esculturas dos rostos de quatro ex-presidentes americanos

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Os fundadores dos Estados Unidos estabeleceram os três poderes independentes — Legislativo, Executivo e Judiciário

A Casa Branca tomou medidas agressivas para eliminar o controle dos gastos pelo Congresso, retirando unilateralmente o financiamento de programas e agências inteiras.

Esta erosão do seu poder, em grande parte, foi recebida em silêncio pelo Capitólio. Os republicanos detêm pequena maioria nas duas câmaras do Congresso.

Mas o Judiciário apresentou maior resistência. Até agora, já são mais de 100 decisões exigindo a suspensão de ações presidenciais consideradas inconstitucionais, segundo cálculos do jornal The New York Times.

Alguns dos maiores conflitos ocorreram em referência à repressão de Trump à imigração.

Um juiz de um tribunal federal de recursos, nomeado pelos republicanos, afirmou ter ficado “chocado” pela forma de ação da Casa Branca.

“Os poderes chegaram, agora, muito perto de um ponto crítico, em um conflito que promete diminuir a ambos”, escreveu o juiz J. Harvie Wilkinson.

Trump e as demais autoridades da Casa Branca afirmam que irão obedecer às decisões judiciais, mesmo com as críticas do presidente a muitos dos juízes que tomaram as decisões e com a lentidão do governo para cumpri-las completamente, em alguns casos.

Tudo isso compõe um teste único para um sistema constitucional que opera com certo nível de boa fé há séculos.

Trump tem estado no centro destas ofensivas, mas um dos seus principais agentes do caos é um homem que não nasceu nos Estados Unidos, mas construiu um império empresarial no país.

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Vestido de preto, brandindo uma motosserra

Vestido de preto da cabeça aos pés e usando óculos de sol, Elon Musk ocupou posição central no palco e se deliciou com as adulações do público que compareceu à Conferência de Ação Política Conservadora, em fevereiro.

O homem mais rico do mundo, que pretende cortar trilhões de dólares do governo federal, declarou que tinha uma surpresa especial.

O presidente da Argentina, Javier Milei (conhecido pelos seus próprios cortes orçamentários no país), surgiu então dos bastidores e entregou a ele uma brilhante motosserra.

“Esta motosserra é para a burocracia”, exclamou Musk. “MOTOSSERRA!!”

Elon Musk ergue uma motosserra ao descer do palco de conferência

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Elon Musk deixa o palco exibindo uma motosserra, depois do seu discurso durante a Conferência de Ação Política Conservadora

Aquela não foi apenas uma ilustração contundente do entusiasmo de Musk pela sua missão no “Departamento de Eficiência Governamental” (Doge, na sigla em inglês).

A cena também demonstrou o status quase de estrela do rock construído pelo tecnólogo nascido na África do Sul entre as pessoas fiéis a Donald Trump.

Desde aquele dia, Musk espalhou seu pessoal operativo por todo o governo federal, promovendo o acesso a bancos de dados governamentais sensíveis e identificando programas a serem reduzidos ou eliminados.

Musk sequer chegou perto de encontrar os trilhões de dólares de desperdício prometidos. Mas seus cortes reduziram drasticamente dezenas de agências e departamentos, especialmente com o fechamento da Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) e a tentativa de desmantelar o Departamento de Educação.

As promessas de eliminar “desperdícios, fraudes e abusos” no governo e reduzir o estratosférico déficit federal americano certamente tem amplo apelo. Mas a forma com que Musk vem usando sua motosserra metafórica criou conflitos com importantes autoridades governamentais e despertou a ira de parte do público americano.

Alguns dos apoiadores de Trump podem aprovar os agressivos cortes orçamentários do governo. Mas outros repreenderam legisladores republicanos durante eventos regionais.

Houve interlocutores que expressaram seu temor de que os cortes venham a prejudicar programas governamentais populares, como os planos de aposentadoria da Previdência Social, benefícios aos veteranos militares e a cobertura de seguro-saúde para os pobres e idosos.

Suas preocupações podem não ser totalmente infundadas, já que estes programas compõem a maior parte dos gastos federais.

Se estes benefícios não forem reduzidos, os cortes abrangentes de impostos prometidos por Trump aumentarão ainda mais a escala da dívida do governo americano, certamente colocando em risco sua maior promessa eleitoral: a prosperidade econômica.

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‘Precisei pensar rápido depois de perder bilhões diante dos meus olhos’

Quando o operador do mercado de ações Richard McDonald viu Trump mostrar suas tabelas no jardim de rosas da Casa Branca, mostrando uma lista de países atingidos pelas tarifas de importação americanas, ele sabia que precisaria agir rápido.

“Eu me levantei imediatamente, pois não estava esperando um quadro [de tarifas]”, ele conta. “Eu estava esperando um anúncio.”

McDonald imaginava tarifas de 10% ou 20%, mas “ninguém esperava esses números enormes”.

Ele correu para entender quais empresas seriam mais atingidas. E saiu à venda das ações.

“Bilhões foram varridos dos preços das ações a cada segundo”, explica ele. “Por isso, é, de fato, [uma questão de] ‘primeiro, o dedo mais rápido’.”

McDonald é um dos muitos operadores que enfrentaram de perto os mercados globais, quando os preços das ações desabaram em toda parte, após os anúncios de tarifas do chamado “Dia da Libertação”.

O índice S&P 500, das maiores empresas presentes nas bolsas americanas, foi particularmente atingido. E, embora a Casa Branca tenha revertido algumas das tarifas mais altas, ele não se recuperou desde então.

Pessoa com olhar atônito na bolsa de valores, observando a oscilação dos preços das ações

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O mercado acionário americano despencou após o anúncio das tarifas do ‘Dia da Libertação’ do presidente Donald Trump

A economia foi a maior preocupação dos eleitores americanos na eleição de novembro passado. Trump surfou até a vitória na onda de profundo descontentamento com o manejo da inflação pelo governo Joe Biden.

Sua promessa de reduzir os preços, diminuir as regulamentações governamentais e incentivar a indústria doméstica foi uma mensagem favorável às empresas, calorosamente recebida em Wall Street e por muitos trabalhadores americanos.

Mas, enquanto Trump tenta cumprir sua promessa de novas tarifas, os custos econômicos se tornaram dolorosamente aparentes, pelo menos no curto prazo.

O mercado de ações está afundando, as taxas de juros estão subindo (incluindo as dos empréstimos imobiliários) e a confiança dos consumidores está caindo.

O desemprego também está aumentando, em parte, devido à quantidade cada vez maior de funcionários do governo federal que vêm perdendo seus cargos.

O Federal Reserve (o banco central americano) e especialistas econômicos advertem que o plano de Trump irá reduzir o crescimento econômico e, possivelmente, gerar recessão.

A aprovação do presidente pelo público em relação à sua gestão da economia desabou, mas muitos dos seus apoiadores seguem ao lado de Trump. E, nas antigas zonas industriais esvaziadas pela perda de empregos nas fábricas, existe a esperança de que as tarifas de importação possam nivelar o campo de jogo global.

“Trump conquistou respeito”, afirma o motorista de caminhão Ben Maurer, do Estado americano da Pensilvânia. Ele se refere às tarifas de importação de produtos chineses. “Ainda somos a força a ser reconhecida.”

As preocupações com a economia contribuíram para o declínio geral de Trump nas pesquisas. Mas, em uma área fundamental, ele ainda mantém bases sólidas ao olhar do público: a imigração.

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Em uma imagem: ‘Meu filho, algemado na prisão’

“É ele! É ele! Reconheço seus traços”, declarou Myrelis Casique Lopez, apontando para uma foto de homens algemados no chão de uma das prisões mais terríveis do mundo.

Ela havia identificado seu filho na imagem, tirada de cima, entre um mar de cabeças raspadas de homens em camisetas brancas, formando longas filas.

A reportagem da BBC mostrou a fotografia a Casique, na sua casa em Maracay, na Venezuela. Ela havia sido publicada online pelas autoridades de El Salvador.

Quando ela perdeu o contato com seu filho, ele estava nos Estados Unidos, aguardando a deportação para a Venezuela. Agora, ele está a 2,3 mil quilômetros de distância da mãe. Ele é um dos 238 homens enviados pelas autoridades americanas a uma notória megaprisão em El Salvador.

Filas de presos sentados no chão, com a cabeça abaixada e as mãos para trás

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Os Estados Unidos deportaram supostos membros da gangue venezuelana Trem de Aragua para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), uma megaprisão em El Salvador

O governo Trump afirma que aqueles homens são membros da gangue Tren de Aragua, uma poderosa operação criminosa multinacional. Mas Casique insiste que seu filho é inocente.

Estabelecer uma postura rígida em relação à imigração foi uma proposta central da campanha de reeleição de Donald Trump. E o presidente vem usando seus amplos poderes executivos para cumprir esta promessa.

Os cruzamentos ilegais da fronteira já estavam caindo no final do governo Biden. Mas, agora, eles atingiram o menor número mensal em mais de quatro anos.

A maior parte do público americano continua apoiando a repressão. Mas ela gerou efeitos assustadores sobre as comunidades de estudantes estrangeiros atingidos pela blitz.

Defensores dos direitos civis alertam que alguns dos imigrantes estão sendo deportados sem o processo devido, levando inocentes em meio aos “assassinos e delinquentes” que, segundo Trump, seriam o alvo das operações.

Até o momento, as deportações em massa não atingiram o nível esperado por alguns e temido por outros. Mas agentes de fiscalização da imigração recém-empossados operam em todo o território americano — em empresas, lares e igrejas.

Eles também estão ativos nas universidades, que se tornaram alvos importantes do presidente Trump de várias outras formas.

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Conflitos com o mundo acadêmico, midiático e corporativo

No dia 21 de abril, o presidente da Universidade Harvard, Alan Garber, decidiu confrontar os ataques da Casa Branca.

Em uma carta dirigida à comunidade universitária, ele anunciou uma ação judicial questionando a medida tomada pelo governo Trump, de congelar bilhões de dólares em subvenções federais.

Segundo ele, trata-se de uma tentativa ilegal de “impor controles inadequados e sem precedentes” sobre as operações de Harvard.

A Casa Branca declarou que precisou tomar a medida porque a universidade não havia enfrentado o antissemitismo no seu campus. Segundo Garber, Harvard estava tomando medidas para confrontar esta questão.

Harvard faz parte da “Ivy League” — o grupo composto pelas oito universidades de maior prestígio dos Estados Unidos.

A medida foi a mais notável demonstração de resistência contra o uso do poder presidencial por parte de Trump para atingir a educação superior do país — um antigo objetivo, alimentado pelos protestos pró-palestinos que tomaram os campi universitários em 2024.

O presidente e sua equipe vêm apreendendo ou ameaçando reter bilhões de dólares em gastos federais para remodelar instituições de elite como Harvard, que o presidente e muitos dos seus apoiadores acreditam serem promotoras da ideologia liberal entre os estudantes e pesquisadores.

Manifestantes com faixa com o nome da Universidade americana Harvard

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Manifestantes reunidos na Universidade Harvard, nos Estados Unidos

No início de abril, a Universidade Columbia, em Nova York, concordou com diversas exigências da Casa Branca. Elas incluíram mudanças nas suas políticas relativas a protestos, práticas de segurança no campus e no seu Departamento de Estudos sobre o Oriente Médio.

Uma dinâmica similar se desenvolveu no mundo corporativo e na imprensa. Trump fez uso da retenção de contratos federais como forma de pressão para que os escritórios de advocacia contratassem e representassem mais pessoas do campo conservador.

Algumas dessas empresas reagiram oferecendo ao governo Trump milhões de dólares em serviços jurídicos gratuitos. Mas dois escritórios apresentaram ações judiciais questionando a constitucionalidade das punições exercidas pelo governo.

Por outro lado, um processo por difamação apresentado pelo presidente contra a rede ABC News fez com que a empresa contribuísse com US$ 15 milhões (cerca de R$ 85,1 milhões) para a fundação presidencial de Donald Trump.

A rede CBS também mantém conversações com vistas a um acordo sobre outra ação judicial, referente a uma entrevista com a ex-vice-presidente Kamala Harris, enquanto a Paramount, sua proprietária, busca aprovação federal para sua fusão com a empresa Skydance Media.

Já a Associated Press resistiu às pressões do governo para aceitar a mudança do nome do Golfo do México para “Golfo da América“, determinada por Trump, mesmo com a decisão da Casa Branca de bloquear a cobertura do presidente pela agência de notícias.

Durante a campanha, Trump alertou sobre o poder descontrolado do governo federal. Agora no governo, ele empunha este poder de forma nunca antes empreendida por nenhum presidente da era moderna.

Mas os impactos mais visíveis das suas medidas atingiram as agências e departamentos do governo federal, agora controlados por ele.

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Retrocesso em questões de etnia e identidade

A entrevista de imprensa na Casa Branca começou com um minuto de silêncio pelas vítimas de uma colisão aérea no rio Potomac, na capital americana, Washington.

E, em questão de segundos após a pausa, Trump já estava no ataque.

O presidente afirmou que uma iniciativa de diversidade e inclusão da Agência Federal de Aviação americana teria sido, em parte, culpada pela tragédia. Ela teria levado a agência a contratar pessoas com sérias dificuldades intelectuais como controladores do tráfego aéreo, segundo ele.

Trump não exibiu provas de sua afirmação.

Aquele foi um momento surpreendente e emblemático do ataque lançado pelo seu governo contra os programas de inclusão que proliferaram nos últimos anos, entre o governo americano e o mundo corporativo.

Guindaste remove destroços do avião que caiu no rio Potomac, na capital americana, com o Capitólio ao fundo

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Guindaste remove destroços do avião que caiu no rio Potomac, na capital americana, Washington

Trump ordenou que o governo federal pusesse fim aos seus programas de diversidade e equidade (DEI, na sigla em inglês) e que as companhias particulares e instituições acadêmicas consideradas envolvidas em “DEI ilegal” fossem investigadas.

Sua decisão acelerou mudanças entre empresas líderes globais, como a Meta e a Goldman, que reduziram ou eliminaram esses programas.

Introduzidas pela primeira vez nos anos 1960, como resultado dos movimentos pelos direitos civis, as primeiras formas de DEI foram uma tentativa de ampliar as oportunidades para as pessoas negras nos Estados Unidos. Posteriormente, elas incluíram os direitos das mulheres, da comunidade LGBT e de outros grupos étnicos.

Os programas foram ampliados e incorporados por grande parte do mundo corporativo americano, após os protestos do movimento Vidas Negras Importam em 2020, ocasionados pela morte de George Floyd nas mãos de policiais da cidade americana de Mineápolis.

Mas, para os críticos, o DEI estaria colocando a política e a etnia acima do talento, criando divisões. E não seria mais necessário na América moderna.

A decisão de Trump parece ter o apoio de uma pequena maioria dos eleitores. Mas algumas das suas consequências inesperadas fizeram surgir a desconfiança.

O Cemitério Nacional de Arlington, por exemplo, excluiu do seu website todas as menções à história de oficiais negros e mulheres das forças armadas americanas.

E a aeronave Enola Gay, que depositou a bomba atômica sobre Hiroshima, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi inicialmente marcada para remoção dos documentos do Pentágono, aparentemente devido à inclusão da palavra “gay”.

O balanço dos 100 dias

Os primeiros 100 dias do segundo mandato de Donald Trump foram uma exibição sem precedentes de poder unilateral, exercido por um presidente da era moderna dos Estados Unidos.

Seus esforços para desmantelar grande parte do governo federal levarão anos, talvez décadas, para serem restaurados pelos seus sucessores, se assim o desejarem.

Mas, em outros setores, as medidas de Trump, até agora, podem acabar sendo menos permanentes. Sem o apoio de novas leis aprovadas pelo Congresso, muitas das suas reformas radicais poderão ser eliminadas por outro presidente no futuro.

Por isso, permanece em aberto até que ponto este turbilhão do início do governo irá levar a mudanças duradouras.

Ainda este ano, a estreita maioria republicana no Congresso tentará fornecer o apoio legislativo para a agenda de Trump. Mas seu sucesso está longe de ser garantido.

E, nas eleições legislativas de meio de mandato, em 2026, essas maiorias poderão ser substituídas por democratas hostis, inclinados a investigar o governo e restringir sua autoridade.

Paralelamente, novas batalhas surgem no Judiciário. E, embora a Suprema Corte americana tenha inclinação conservadora, suas decisões sobre diversos casos importantes poderão, em última análise, prejudicar as medidas de Donald Trump.

Os primeiros 100 dias do segundo mandato de Trump têm sido uma dramática demonstração de força política. Mas os 1.361 dias seguintes serão o teste real que irá definir se ele conseguirá deixar um legado duradouro.

Com colaboração de Mitch Labiak, Nicole Kolster, Gustavo Ocando Alex e Madeline Halpert.