O juiz Rodrigo Simões Palma, da 1ª Vara Criminal de Almirante Tamandaré, determinou que o réu – por homicídio qualificado – Diego Luís de Oliveira, de 25 anos, seja julgado pelo Tribunal do Júri. Ele é acusado de matar o jovem Vitor Henrique de Camargo, de 20 anos, em dezembro do ano passado. A vítima foi assassinada ao intervir em uma briga protagonizada pelo acusado e a esposa, em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba.



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O jovem Vitor Henrique de Camargo, de 20 anos. Foto: Reprodução/Redes Sociais/Montagem Banda B


“Destaca-se que as provas de materialidade constantes dos autos são suficientes e contundentes a indicar a ocorrência dos fatos. No mesmo sentido, há elementos indicadores de autoria, que recaem sobre o acusado”, disse o magistrado na decisão desta segunda-feira (15).


De acordo com a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR), Diego se envolveu em uma discussão com sua esposa “munido de uma lâmpada”, a qual foi quebrada por ele em um rua de Almirante Tamandaré por volta da meia-noite. Em seguida, a vítima teria gritado por socorro, e Vitor Henrique de Camargo e um amigo – que passavam pelo local de carro – pararam para ajudá-la.


“Em seguida, o ofendido Vitor Henrique de Camargo desceu do veículo, com o intuito de acalmar os ânimos, porém o denunciado Diogo entrou em luta corporal com ele e, agindo dolosamente, com consciência e vontade, matou o ofendido Vitor Henrique de Camargo, utilizando-se de um estilhaço da lâmpada que quebrara, desferindo contra ele golpes, atingindo o pescoço da vítima, provocando os ferimentos que foram a causa de sua morte, consistentes nos ferimentos descritos no laudo de exame”, diz trecho da denúncia.


Após o crime, Diogo fugiu, mas foi preso pouco tempo depois. No mesmo dia em que foi detido, Diogo foi beneficiado pela concessão de liberdade provisória, e o alvará de soltura foi expedido no dia 3 de dezembro. O então suspeito passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica.


No dia 15 de dezembro, a família de Vitor Henrique de Camargo protestou em frente ao Fórum de Almirante Tamandaré devido à decisão de soltura.



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Familiares do jovem Vitor Henrique Camargo em frente ao Fórum de Almirante Tamandaré. Foto: Marcelo Borges/Banda B


“Ele tinha uma vida inteira pela frente. Sonhava em ser pai. Era um menino carinhoso, ajudava a todos. Não gostava de injustiças e, por uma covardia que estavam cometendo contra uma mulher, foi covardemente assassinado”, disse à Banda B, durante a manifestação, o pai de Vitor, Elvis Camargo.



Horas após o início do protesto, a Justiça decretou a prisão preventiva do acusado. De acordo com o advogado que representa a família da vítima, a soltura de Diogo se deu por causa de uma “falha”. “Entrou, inicialmente, como lesão corporal, e a informação do homicídio demorou para ser comunicada nos autos. Então, houve ali uma falha, uma lacuna grande que possibilitou que esse homem fosse posto em liberdade”, explicou Ygor Salmen.


O advogado Caio Percival, que representa o réu, disse à Banda B que vai recorrer da decisão desta segunda-feira.


“A defesa de Diego recebe com muita naturalidade a decisão, já que no atual sistema vigente não são poucos os inocentes que em massa tem sido submetidos ao julgamento popular. Nós vamos recorrer da decisão buscando uma reforma no Tribunal de Justiça do Paraná a partir de uma nova apreciação do caso”, afirmou Percival.


A reportagem da Banda B também entrou em contato com o advogado da família da vítima e aguarda o retorno.