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Justiça manda a júri popular acusado de matar jovem que defendeu mulher

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Data: 16/07/2024 10:47:20

Fonte: obemdito.com.br

O juiz Rodrigo Simões Palma, da 1ª Vara Criminal de Almirante Tamandaré, determinou que Diego Luís de Oliveira, de 25 anos, acusado de homicídio qualificado, seja julgado pelo Tribunal do Júri. Ele é apontado como o autor da morte de Vitor Henrique de Camargo, de 20 anos, ocorrida em dezembro do ano passado, em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba.

“Destaca-se que as provas de materialidade constantes dos autos são suficientes e contundentes a indicar a ocorrência dos fatos. No mesmo sentido, há elementos indicadores de autoria, que recaem sobre o acusado”, afirmou o magistrado na decisão desta segunda-feira (15).

Segundo a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR), Diego discutiu com sua esposa, “munido de uma lâmpada”, que ele quebrou na rua por volta da meia-noite. A vítima gritou por socorro, e Vitor Henrique de Camargo, acompanhado de um amigo, parou o carro para ajudar.

“Em seguida, o ofendido Vitor Henrique de Camargo desceu do veículo, com o intuito de acalmar os ânimos, porém o denunciado Diogo entrou em luta corporal com ele e, agindo dolosamente, com consciência e vontade, matou o ofendido Vitor Henrique de Camargo, utilizando-se de um estilhaço da lâmpada que quebrara, desferindo contra ele golpes, atingindo o pescoço da vítima, provocando os ferimentos que foram a causa de sua morte, consistentes nos ferimentos descritos no laudo de exame”, destaca a denúncia.

Após o crime, Diogo fugiu, mas foi preso pouco tempo depois. No mesmo dia, ele foi beneficiado pela concessão de liberdade provisória, e o alvará de soltura foi expedido em 3 de dezembro. O suspeito passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica.

No dia 15 de dezembro, a família de Vitor Henrique de Camargo protestou em frente ao Fórum de Almirante Tamandaré contra a decisão de soltura. “Ele tinha uma vida inteira pela frente. Sonhava em ser pai. Era um menino carinhoso, ajudava a todos. Não gostava de injustiças e, por uma covardia que estavam cometendo contra uma mulher, foi covardemente assassinado”, disse Elvis Camargo, pai de Vitor, à Banda B durante a manifestação.

Horas após o início do protesto, a Justiça decretou a prisão preventiva do acusado. De acordo com o advogado que representa a família da vítima, a soltura de Diogo se deu por causa de uma “falha”. “Entrou, inicialmente, como lesão corporal, e a informação do homicídio demorou para ser comunicada nos autos. Então, houve ali uma falha, uma lacuna grande que possibilitou que esse homem fosse posto em liberdade”, explicou Ygor Salmen.

O advogado Caio Percival, que representa o réu, afirmou à Banda B que vai recorrer da decisão desta segunda-feira. “A defesa de Diego recebe com muita naturalidade a decisão, já que no atual sistema vigente não são poucos os inocentes que em massa têm sido submetidos ao julgamento popular. Nós vamos recorrer da decisão buscando uma reforma no Tribunal de Justiça do Paraná a partir de uma nova apreciação do caso”, declarou Percival.

A reportagem da Banda B também tentou contato com o advogado da família da vítima e aguarda retorno.

(Com informações Banda B)