O ginecologista Felipe Sá Ferreira, de 41 anos, acusado de abusar sexualmente de 38 mulheres no consultório em que atendia em Maringá, foi condenado a 35 anos de prisão. A sentença foi expedida na sexta-feira, 30.

O médico foi condenado 13 vezes pelo crime de violação sexual mediante fraude. A pena total dada ao médico foi de 35 anos, um mês e nove dias em regime fechado. No julgamento, a titulação em ginecologia de Felipe foi cassada.

O ginecologista foi proibido pela Justiça de atuar na área da medicina. Conforme a decisão, Felipe deverá pagar uma indenização de danos morais no valor de R$ 15 mil para cada uma das 38 vítimas que compuseram o inquérito policial.

Somadas, as multas chegam a R$ 570 mil. Em nota, a defesa do médico disse que está analisando a sentença, mas afirmou que vai recorrer da decisão junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Procurado, o Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que o registro profissional do médico está suspenso por ordem judicial e que um Processo Ético-Profissional está em andamento para apurar as denúncias.

O documento diz ainda que se comprovados fatos em desfavor do médico, caberá ao Conselho Federal de Medicina (CFM) determinar a sanção disciplinar que será aplicada, podendo ser desde advertência até a cassação do exercício profissional.

O ginecologista foi preso em 15 de junho do ano passado. Desde janeiro de 2023 ele era investigado pelos crimes de violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável.

Entre as vítimas estão pacientes que ele atendia no consultório particular que tinha em Maringá, e ex-alunas dele no curso de medicina de uma universidade particular onde o médico dava aulas.

Para efetuar a prisão, uma policial que estava grávida se passou por paciente e marcou uma consulta com o suspeito. A estratégia foi usada para ter a certeza de que o médico estava no consultório.

Na época da prisão, o delegado explicou que o médico criava um “ambiente de segurança” para as pacientes, na tentativa de ganhar a confiança das vítimas. Após seis meses preso, Felipe Sá foi solto em 19 de dezembro de 2023 com o uso de tornozeleira eletrônica. (inf André Almenara)