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Em sentença, juiz diz que ginecologista condenado por violação sexual fazia consultas sem auxiliares ‘para permitir toques indevidos’ em pacientes

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Data: 04/09/2024 02:05:53

Fonte: g1.globo.com

O médico Felipe Sá ao ser preso em Maringá, no norte do Paraná — Foto: Reprodução/RPC

O juiz Givanildo Nogueira Constantinov, da 4ª Vara Criminal de Maringá, no norte do Paraná, afirmou que o ginecologista Felipe Sá “fazia questão” de realizar consultas sem auxiliares para “permitir a realização de toques indevidos” em pacientes.

O médico foi condenado na última sexta-feira (30) a mais de 35 anos de prisão por violação sexual mediante fraude contra 13 mulheres.

A sentença foi proferida pelo juiz após análise dos depoimentos das vítimas, da denúncia do Ministério Público e das alegações da defesa do réu, que adiantou que vai recorrer da decisão.

A sentença tem 349 páginas. Em um dos trechos o magistrado diz:

O ginecologista chegou a ser preso em junho do ano passado e foi solto em dezembro com a condição de usar tornozeleira eletrônica. Como ainda há possibilidade de recursos dentro do processo, o ginecologista vai continuar respondendo em liberdade.

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Na mesma decisão, o juiz proibiu Felipe Sá de atuar como médico e cassou o título dele em ginecologia.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) disse que o registro profissional de Sá está suspenso por ordem judicial e que um processo ético-profissional está em andamento para apurar as denúncias.

As punições variam de uma advertência até a cassação do exercício profissional.

Ainda conforme a decisão, Felipe Sá deverá pagar uma indenização de danos morais no valor de R$ 15 mil a cada uma das 13 vítimas dos casos pelos quais foi condenado. Somadas, as multas chegam a R$ 195 mil.

Felipe Sá, médico ginecologista e obstetra preso esta semana, no Paraná, suspeito de abusar sexualmente de pacientes — Foto: Reprodução/ TV Globo

O médico ginecologista e obstetra Felipe Sá foi preso no dia 15 de junho do ano passado no consultório onde atendia em Maringá, no norte do Paraná. Desde janeiro de 2023 ele era investigado por violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável.

Entre as vítimas estão pacientes que ele atendia no consultório particular que tinha em Maringá e ex-alunas dele no curso de Medicina de uma universidade particular.

Para efetuar a prisão, uma policial que estava grávida se passou por paciente e marcou uma consulta com o suspeito. A estratégia foi usada para ter a certeza de que o médico estava no consultório.

Na época da prisão, o delegado do caso, Dimitri Tostes Monteiro, explicou que o médico criava um “ambiente de segurança” para as pacientes na tentativa de ganhar a confiança das vítimas.

A Polícia Civil de Maringá identificou 41 mulheres suspeitas de terem sido abusadas pelo médico. Entretanto, no inquérito policial foram ouvidas 38 delas.

Em julho de 2023, Felipe Sá teve tj-pr-nega-habeas-corpus-e-mantem-ginecologista-preso-por-suspeita-de-abuso-sexual-em-maringa.ghtml” data-mrf-link=”https://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2023/07/05/tj-pr-nega-habeas-corpus-e-mantem-ginecologista-preso-por-suspeita-de-abuso-sexual-em-maringa.ghtml” cmp-ltrk=”Article links” cmp-ltrk-idx=”4″ mrfobservableid=”3d3bf5a7-1cc8-445f-aeb9-e91167f0c686″>o pedido liminar de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Dois meses depois, ele foi transferido para o Complexo Médico Penal em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Após seis meses preso, Felipe Sá foi solto em 19 de dezembro de 2023 com o uso de tornozeleira eletrônica.

Médico ginecologista e obstetra é preso em Maringá

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