O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca em Nova York neste sábado (21.set.2024), volta ao Brasil por poucos dias e vai ao México. Retornará em 1º de outubro. Faltarão 4 dias para o fim das campanhas do 1º turno das eleições municipais. Enquanto o petista se afasta do pleito na fase crítica da campanha, seus ministros mergulham de cabeça para apoiar apadrinhados em seus redutos eleitorais por todo o Brasil.

Com o pouco tempo que terá de volta ao país, Lula deve ir à única cidade em que participou de eventos 100% eleitorais até agora: São Paulo. Frustrando o PT, o presidente não terá tempo de ir a outras cidades consideradas prioritárias para o partido.

Enquanto isso, de acordo com levantamento do Poder360, ao menos 23 dos 39 ministros de Lula usam seus perfis no Instagram para fazer campanha e mostrar seus eventos eleitorais, em cima de trios elétricos, discursando e usando camisas e adesivos dos seus candidatos.

Nomes como o ministro da Pesca, André de Paula (PSD), e de Empreendedorismo, Márcio França (PSB), postam fotos e vídeos de caminhadas com seus candidatos. O 1º em Pernambuco e o 2º em São Paulo, ao lado da candidata Tabata Amaral (PSB), concorrente do apadrinhado de Lula, Guilherme Boulos (Psol).

Os chefes de órgãos do governo Lula costumam participar de atividades de campanha aos sábados e aos domingos por causa da legislação eleitoral.

Com a ausência de Lula, outros ministros petistas apoiam eventos em Estados diferentes de suas origens. Wellington Dias, por exemplo, é do Piauí, mas postou fotos em caminhada de campanha de Evandro Leitão, candidato petista a prefeito de Fortaleza (CE).

Além de quem faz campanha e mostra abertamente, há aqueles que participam do pleito de forma mais distante. É o caso de Geraldo Alckmin (PSB, Indústria), Fernando Haddad (PT, Fazenda) e Rui Costa (PT, Casa Civil). Esses ministros não postam seus atos eleitorais, mas gravaram vídeos e participaram de sessão de fotos de candidatos aliados do governo.

O Poder360 checou o feed do perfil do Instagram dos 39 ministros de Lula desde 16 de agosto, quando começou a campanha eleitoral, até 20 de setembro.

Saiba quem são os ministros que compartilharam atos de campanha em suas redes:

• Alexandre Padilha (Relações Institucionais);
• Alexandre Silveira (Minas e Energia);
• André de Paula (Pesca);
• André Fufuca (Esportes);
• Camilo Santana (Educação);
• Carlos Lupi (Previdência);
• Celso Sabino (Turismo);
• Cida Gonçalves (Mulheres);
• Jader Filho (Cidades);
• Juscelino Filho (Comunicações);
• Paulo Pimenta (Secom);
• Luciana Santos (Ciência);
• Luiz Marinho (Trabalho);
• Márcio França (Empreendedorismo);
• Márcio Macêdo (Secretaria Geral);
• Marina Silva (Meio Ambiente);
• Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário);
• Renan Filho (Transportes);
• Macaé Evaristo (Direitos Humanos);
• Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos);
• Sonia Guajajara (Povos Indígenas);
• Waldez Góes (Integração);
• Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social).

Apesar da presença dos ministros em palanques pelo país, a ausência do principal nome do partido vem frustrando a cúpula petista, que esperava maior engajamento de Lula para conquistar ao menos uma prefeitura de capital.

O presidente precisaria ir além do expediente para participar das campanhas. Isso porque a legislação proíbe que agentes públicos participem de atos eleitorais durante o horário de trabalho. Também veta o uso de recursos públicos para tal finalidade. Dessa forma, o PT teria que arcar com as viagens do presidente.

Outro problema seria a logística. Ainda que seja para um evento não oficial, a equipe de segurança, comandada pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), e seus assessores trabalham antes e durante suas viagens.

O PT gostaria que o presidente estivesse presente nas campanhas em Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Vitória (ES), Natal (RN) e Goiânia (GO). Em 2020, o partido não ganhou em nenhuma capital e espera reverter esse cenário em 2024. Mas a ala da legenda que organiza a estratégia eleitoral diz não acreditar mais que Lula estará nesses palanques antes do 1º turno, que será realizado em 6 de outubro.

O chefe do Executivo federal já visitou algumas dessas cidades no 2º semestre. Mas teve compromissos oficiais e esteve com os candidatos só nos bastidores, para fotos e vídeos. Quis evitar também a acusação de que estaria aproveitando viagens de governo para realizar atos de campanha.

A única cidade que Lula ainda deve visitar antes do 1º turno para agenda eleitoral é São Paulo. O petista deverá ir ao menos mais uma vez para a capital paulista. A vitória de Guilherme Boulos (Psol) é considerada pelo presidente a maior prioridade neste ano.

No fim de agosto, Lula foi a 2 comícios ao lado de Boulos em São Paulo. Também participou de propagandas eleitorais do candidato, em que apareceu visitando o psolista em sua casa no bairro Campo Limpo, na capital paulista.

Assista (2min25s):