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Minas Gerais: diferenças entre revisões – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Data: 21/09/2024 15:55:46

Fonte: pt.wikipedia.org

|população_estimada_pos = 2

| população_estimada_ano = 2024

| população_estimada_ref = <ref name=”IBGE_POP”>{{Citar web|url=https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9103-estimativas-de-populacao.html?edicao=41105&t=resultados|título=Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação – IBGE|publicado=www.ibge.gov.br|acessodata=16 de setembro de 2024}}</ref>

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|maior_cidade=Belo Horizonte|população_censo_ano=2022|população_censo=20539989|população_censo_ref=<ref name=”IBGE_POP_2022″>{{Citar web|url=https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/mg.html |título=Cidades e Estados – Minas Gerais |publicado=www.ibge.gov.br|acessodata=2024-09-21}}</ref>}}

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”’Minas Gerais”’ é uma das 27 [[Unidades federativas do Brasil|unidades federativas]] do [[Brasil]], sendo o [[Lista de unidades federativas do Brasil por área|quarto estado]] com a maior área territorial e [[Lista de unidades federativas do Brasil por população|o segundo]] em quantidade de habitantes, com uma população estimada de 21.322.691 em 2024.<ref name=ibge_cidades>{{Citar web|primeiro=|url=https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/panorama|titulo=Panorama do Estado de Minas Gerais|data=2024-07-01|acessodata=2024-09-16|website=cidades.ibge.gov.br}}</ref> Localizada na [[Região Sudeste do Brasil|Região Sudeste]] do país, Limita-se ao sul e sudoeste com [[São Paulo (estado)|São Paulo]], a oeste com [[Mato Grosso do Sul]], a noroeste com [[Goiás]] e [[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]], a norte e nordeste com a [[Bahia]], a leste com o [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]] e a sudeste com o [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]]. Seu território é subdividido em [[Lista de municípios de Minas Gerais|853 municípios]], [[Lista de unidades federativas do Brasil por número de municípios|a maior quantidade dentre os estados brasileiros]].

=== O período imperial ===

{{Artigo principal|Província de Minas Gerais}}

Em 1820, ocorreu a [[Revolução liberal do Porto|Revolução Liberal do Porto]] em Portugal. O rei [[João VI de Portugal|Dom João VI]] e os governadores das capitanias do Brasil tiveram que jurar lealdade à nova constituição portuguesa, o que constrangeu governadores que eram aliados do absolutismo, o que incluía o da Capitania de Minas Gerais, [[Manuel de Portugal e Castro]], que a governou de 1814 a 1821. A partir de 1823, a província de Minas Gerais passou a ser governada por um presidente, nomeado pelo poder central.<ref name=”:3″>{{citar livro|título=Nova Enciclopédia Barsa|editora=Barsa Planeta Internacional Ltda.|ano=2004|volume=10|local=São Paulo|páginas=40-56}}</ref>

Durante o [[Império do Brasil|período imperial]], teve duas mobilizações importantes da população. A primeira delas foi a [[Sedição]] Militar de 1833, um movimento sem consistência que queria o retorno de [[Dom Pedro I]] ao país, mas foi logo abafado pelo governo provincial. Outro grande movimento foi a [[Revoltas Liberais|Revolução Liberal de 1842]]. No [[Brasil Império]] as forças políticas estavam divididas essencialmente entre [[Partido Liberal (Brasil Império)|liberais]] e [[Partido Conservador (Brasil Império)|conservadores]]. Quando [[Pedro II do Brasil|Dom Pedro II]] [[Golpe da Maioridade|atingiu a maioridade em 1840]], o Partido Conservador assumiu o poder, o que provocou a revolta dos liberais. Tiveram início, então, conflitos armados na [[província de São Paulo]], que ganharam adesão dos liberais mineiros em 1842, com a participação inicial de quinze dos quarenta e dois municípios existentes na época. Para conter os revoltosos, o governo imperial enviou [[Guarda Nacional (Brasil)|guardas nacionais]] e unidades do exército, que deveriam prender os líderes do partido liberal. Transcorreram vários conflitos durante mais de dois meses até que o movimento foi finalmente abafado por completo. Os líderes foram julgados e absolvidos seis anos depois.{{citar web|url=http://descubraminas.com.br/MinasGerais/Pagina.aspx?cod_pgi=546|título=Período Imperial|autor=Descubra Minas|acessodata=20 de dezembro de 2013}}{{citar web|url=http://historiademinas.com.br/MinRev42.htm|título=A revolução de 1842|autor=História de Minas|acessodata=20 de dezembro de 2013}}

Se, durante o período colonial, a Capitania de Minas Gerais apresentava certas peculiaridades, ao longo do Império a província tornou-se semelhante às demais tanto política quanto economicamente, o que se deve à organização do tipo estado unitário imposta pela [[Constituição brasileira de 1824|Constituição de 1824]]. Mesmo assim, os mineiros continuaram influindo em acontecimentos que marcaram a nação, como a abdicação do imperador Pedro I em 1831.<ref name=”:3″ />

Durante o [[Império do Brasil|período imperial]], Minas teve duas mobilizações importantes da população. A primeira delas foi a [[Revolta do Ano da Fumaça|Sedição]] Militar de 1833]], um movimento sem consistência que queria o retorno de [[Dom Pedro I]] ao país, mas foi logo abafado pelo governo provincial. Outro grande movimento foi a [[Revoltas Liberais|Revolução Liberal de 1842]]. No [[Brasil Império]] as forças políticas estavam divididas essencialmente entre [[Partido Liberal (Brasil Império)|liberais]] e [[Partido Conservador (Brasil Império)|conservadores]]. Quando [[Pedro II do Brasil|Dom Pedro II]] [[Golpe da Maioridade|atingiu a maioridade em 1840]], o Partido Conservador assumiu o poder, o que provocou a revolta dos liberais. Tiveram início, então, conflitos armados na [[província de São Paulo]], que ganharam adesão dos liberais mineiros em 1842, com a participação inicial de quinze dos quarenta e dois municípios existentes na época. Para conter os revoltosos, o governo imperial enviou [[Guarda Nacional (Brasil)|guardas nacionais]] e unidades do exército, que deveriam prender os líderes do partido liberal. Transcorreram vários conflitos durante mais de dois meses até que o movimento foi finalmente abafado por completo. Os líderes foram julgados e absolvidos seis anos depois.{{citar web|url=http://descubraminas.com.br/MinasGerais/Pagina.aspx?cod_pgi=546|título=Período Imperial|autor=Descubra Minas|acessodata=20 de dezembro de 2013}}{{citar web|url=http://historiademinas.com.br/MinRev42.htm|título=A revolução de 1842|autor=História de Minas|acessodata=20 de dezembro de 2013}}

[[Ficheiro:Índios em uma fazenda.jpg|thumb|Índios em uma fazenda c. 1824]]

Durante a segunda metade do século XIX, surgiram os primeiros avanços no setor industrial em Minas. No campo [[siderurgia|siderúrgico]], começava a aumentar a produção e manufatura do [[ferro]]. Surgiram ainda várias fábricas de produtos têxteis, laticínios, vinhos, alimentos, cerâmicas e louças. Contudo, as atividades agropecuárias dominavam a economia da época, sendo voltadas principalmente para subsistência, desfavorecendo o crescimento econômico da província. A mão de obra era predominantemente escrava, provenientes dos que restaram das atividades mineradoras. A [[Produção de café no Brasil|produção de café]] voltada para a exportação chegou à província no início do período imperial e aumentou substancialmente até o fim do século, tendo esse grão como principais regiões de cultivo em Minas a Zona da Mata e o sul. Porém, a produção paulista sempre foi expressivamente maior e fatores administrativos, naturais e econômicos desfavoreceram o desenvolvimento da cafeicultura mineira na época.<ref name=”:3″ /><ref name=”imperio” />

=== República ===

Em 1889, a República foi [[Proclamação da República do Brasil|proclamada]] no Brasil e Minas Gerais se tornou um Estado da Federação. No entanto, a adaptação ao novo regime político não foi fácil: nos 19 primeiros meses de República (15 de novembro de 1889 a 15 de junho de 1891), Minas teve 14 períodos administrativos e sete autoridades se revezaram no poder.<ref name=”:3″ />

Com a República, surgiam os primeiros grandes barões do café em Minas Gerais, responsáveis por aumentar significativamente a produção do estado. Esses cafeicultores possuíam bastante influência na política do estado.<ref name=”café” /><ref name=”:4″ /> [[Imagem:Planta BH.jpg|thumb|Planta de Belo Horizonte, uma das primeiras cidades planejadas do país.]]

O [[ciclo do café]] no estado teve certas características particulares que desfavoreceram o crescimento econômico do estado. O lucro gerado pela cultura era em parte destinado aos portos de exportação nos estados vizinhos. Além disso, findo o período da escravidão, não houve a transição direta para o trabalho livre e assalariado nas lavouras, o que levou à menor circulação monetária. Outro agravante era a desarticulação entre as regiões do estado, que tinham mais relações econômicas com os estados vizinhos. Em reconhecimento a esta situação, as elites mineiras iniciaram uma tentativa de centralizar a economia estadual a partir de diversas iniciativas, dentre elas a criação de uma nova capital, [[Belo Horizonte]], em 1897.{{citar web |url=http://www.eco.unicamp.br/docdownload/publicacoes/instituto/revistas/leituras-de-economia-politica/V9-F1-S12/LEP127GarciaAndrade.pdf|título=Panorama geral da industrialização de Minas Gerais (1970-2000)|data=dezembro de 2007|acessodata=23 de dezembro de 2013|publicado=Leituras de Economia Política|autor=Júnior R. Garcia; Daniel C. Andrade|local=Campinas|formato=PDF|arquivourl=https://www.webcitation.org/6M6UE3ZPe?url=http://www.eco.unicamp.br/docdownload/publicacoes/instituto/revistas/leituras-de-economia-politica/V9-F1-S12/LEP127GarciaAndrade.pdf |arquivodata=2013-12-24 |título=Panorama geral da industrialização de Minas Gerais (1970-2000) |autor=Júnior R. Garcia; Daniel C. Andrade |publicado=Leituras de Economia Política |local=Campinas |data=dezembro de 2007 |formato=PDF |acessodata=23 de dezembro de 2013 |urlmorta=yes }} Uma exceção ao atraso industrial de Minas Gerais na República Velha foi a cidade de [[Juiz de Fora]], que apresentou um surto de desenvolvimento industrial sustentado pela economia cafeeira aliado à proximidade com o [[Rio de Janeiro]]. Contudo, tal desenvolvimento durou até 1930, quando a competição com os outros grandes centros industriais do país levou à estagnação e posterior declínio do parque industrial da cidade.{{citar web|url=http://www.cedeplar.ufmg.br/diamantina2002/textos/D13.PDF|título=Indústria em Minas Gerais: origem e desenvolvimento|acessodata=24 de dezembro de 2013|publicado=X Seminário sobre a economia mineira|autor=Ricardo Zimbrão Affonso de Paula|formato=PDF|arquivourl=https://www.webcitation.org/6M6Tzz4AR?url=http://www.cedeplar.ufmg.br/diamantina2002/textos/D13.PDF#|arquivodata=24 de dezembro de 2013|autor=Ricardo Zimbrão Affonso de Paula|publicado=X Seminário sobre a economia mineira|acessodata=24 de dezembro de 2013|formato=PDF|urlmorta=no}}

Com a capital já transferida para Belo Horizonte e o governo estadual organizado, a partir de 1898 Minas Gerais, na época o estado mais populoso do Brasil, já estava preparado para entrar para entrar no cenário político brasileiro. Com isso, as oligarquias mineiras firmaram com as elites paulistas a chamada [[Política do café com leite]], na qual os presidentes eleitos seriam alternados entre paulistas e mineiros. Os mineiros [[Afonso Pena]], [[Venceslau Brás]], [[Delfim Moreira]] e Artur Bernardes passaram pela presidência do Brasil na política do café com leite.<ref name=”:3″ /><ref name=”café”>{{citar web|url=http://sindicafe-mg.com.br/plus/modulos/conteudo/?tac=historia-do-cafe|título=História do Café|autor=Sindicato da indústria do café do estado de Minas Gerais|acessodata=22 de dezembro de 2013}}</ref><ref name=”:4″>{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/republica-velha-1889-1930-2-coronelismo-e-oligarquias.htm|título=República Velha (1889-1930) (2): Coronelismo e oligarquias|autor=Renato Cancian|data=29 de novembro de 2005|publicado=UOL Educação|acessodata=22 de dezembro de 2013}}</ref><ref name=”:5″>{{citar web|url=http://descubraminas.com.br/MinasGerais/Pagina.aspx?cod_pgi=577|titulo=História de Minas Gerais – República|acessodata=2024-09-21|website=Descubra Minas|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160306063305/http://descubraminas.com.br/MinasGerais/Pagina.aspx?cod_pgi=577|arquivodata=2016-03-06|urlmorta=sim}}</ref>

Durante a [[Primeira República Brasileira|República Velha]], o principal partido político em Minas era o [[Partido Republicano Mineiro]] (PRM), que tinha como nomes fortes [[Chrispim Jacques Bias Fortes|Bias Fortes]], [[Silviano Brandão]], [[Francisco Antônio de Sales]], [[Artur Bernardes]] e [[Raul Soares de Moura|Raul Soares]], todos os quais já foram governadores do estado. O partido tinha bastante poder, controlava as nomeações políticas, cooptava clubes cívicos e cafeicultores e intimidava a imprensa.<ref name=”:5″ />

=== Cafeicultura ===

Em 1889 tem início o período da [[República Velha]] no Brasil, que foi comandado inicialmente [[República da Espada|por presidentes militares]]. Somente em 1894 houve a eleição do primeiro presidente civil do Brasil, dando início ao período da [[Oligarquia|República Oligárquica]]. Em Minas Gerais, surgiam os primeiros grandes barões do café, responsáveis por aumentar significativamente a produção do estado. As oligarquias cafeeiras tinham grande influência no cenário político nacional, a ponto de escolherem os representantes que iriam ocupar o cargo de presidente do país. Os dois estados mais populosos do país, então, firmaram um acordo em que os presidentes eleitos seriam alternados entre paulistas e mineiros, o que ficou conhecido como [[política do café-com-leite]].<ref name=”café”>{{citar web|url=http://sindicafe-mg.com.br/plus/modulos/conteudo/?tac=historia-do-cafe|título=História do Café|autor=Sindicato da indústria do café do estado de Minas Gerais|acessodata=22 de dezembro de 2013}}</ref><ref>{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/republica-velha-1889-1930-2-coronelismo-e-oligarquias.htm|título=República Velha (1889-1930) (2): Coronelismo e oligarquias|autor=Renato Cancian|data=29 de novembro de 2005|publicado=UOL Educação|acessodata=22 de dezembro de 2013}}</ref>

Existiram,Apesar porém,de algumas divergências políticasna política do café com leite entre osSão doisPaulo estadose Minas Gerais, o que permitiu a eleição de presidentes de outros estados, emboraambos os estados nunca deixassemdeixaram de exercer influência sobre o processo eleitoral. Na década de 1920, vários fatores aceleraram o declínio do domínio oligárquico, como revoltas populares, movimentos tenentistas e a crise econômica do café, que se agravou ainda mais com a [[Grande Depressão|grande depressão]]. Mas a política do café-com-leite terminou de fato quando o então presidente paulista [[Washington Luís]] deveria indicar um mineiro para sucessão, mas indicou outro paulista, [[Júlio Prestes]]. Em oposição ao episódio, Minas Gerais se uniu à [[Aliança Liberal]], que realizou um [[Revolução de 1930|golpe de Estado em 1930]] e instaurou uma nova república no Brasil, sob o comando de [[Getúlio Vargas]].<ref name=”café” /><ref>{{citar web |url=http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/politica-do-cafe-com-leite.jhtm |título=Acordo marcou a República Velha |autor=Vitor Amorim de Angelo |publicado=Uol Educação |acessodata=22 de dezembro de 2013 |arquivourl=https://www.webcitation.org/618SnAPRo?url=http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/politica-do-cafe-com-leite.jhtm# |arquivodata=22 de agosto de 2011 |urlmorta=no }}</ref>

Durante a [[Era Vargas]], Minas Gerais perdeu seu poder político e foi o agente garantidor da ordem, a base de apoio de Getúlio Vargas, principalmente durante o [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]]. Uma das primeiras manifestações na luta contra o Estado Novo foi o [[Manifesto dos Mineiros]], de 24 de outubro de 1943, pedindo a democratização do país.<ref name=”:3″ />

=== Industrialização ===

{{VT|História econômica do Brasil}}

[[Imagem:Planta BH.jpg|thumb|Planta de Belo Horizonte, uma das primeiras cidades planejadas do país.]]

O [[ciclo do café]] no estado teve certas características particulares que desfavoreceram o crescimento econômico do estado. O lucro gerado pela cultura era em parte destinado aos portos de exportação nos estados vizinhos. Além disso, findo o período da escravidão, não houve a transição direta para o trabalho livre e assalariado nas lavouras, o que levou à menor circulação monetária. Outro agravante era a desarticulação entre as regiões do estado, que tinham mais relações econômicas com os estados vizinhos. Em reconhecimento a esta situação, as elites mineiras iniciaram uma tentativa de centralizar a economia estadual a partir de diversas iniciativas, dentre elas a criação de uma nova capital, [[Belo Horizonte]], em 1897.{{citar web |url=http://www.eco.unicamp.br/docdownload/publicacoes/instituto/revistas/leituras-de-economia-politica/V9-F1-S12/LEP127GarciaAndrade.pdf |arquivourl=https://www.webcitation.org/6M6UE3ZPe?url=http://www.eco.unicamp.br/docdownload/publicacoes/instituto/revistas/leituras-de-economia-politica/V9-F1-S12/LEP127GarciaAndrade.pdf |arquivodata=2013-12-24 |título=Panorama geral da industrialização de Minas Gerais (1970-2000) |autor=Júnior R. Garcia; Daniel C. Andrade |publicado=Leituras de Economia Política |local=Campinas |data=dezembro de 2007 |formato=PDF |acessodata=23 de dezembro de 2013 |urlmorta=yes }} Uma exceção ao atraso industrial foi a cidade de [[Juiz de Fora]], que apresentou um surto de desenvolvimento industrial sustentado pela economia cafeeira aliado à proximidade com o Rio de Janeiro. Contudo, tal desenvolvimento durou até 1930, quando a competição com os outros grandes centros industriais do país levou à estagnação e posterior declínio do parque industrial da cidade.{{citar web|url=http://www.cedeplar.ufmg.br/diamantina2002/textos/D13.PDF|título=Indústria em Minas Gerais: origem e desenvolvimento|arquivourl=https://www.webcitation.org/6M6Tzz4AR?url=http://www.cedeplar.ufmg.br/diamantina2002/textos/D13.PDF#|arquivodata=24 de dezembro de 2013|autor=Ricardo Zimbrão Affonso de Paula|publicado=X Seminário sobre a economia mineira|acessodata=24 de dezembro de 2013|formato=PDF|urlmorta=no}}
==== Industrialização e desenvolvimento ====

O projeto de desenvolvimento mineiro estava pautado por duas orientações. A primeira delas incluía a diversificação produtiva, em que se pretendia a criação de uma forte agricultura capaz de sustentar o desenvolvimento industrial. A outra estratégia envolvia o aproveitamento dos recursos naturais do estado para realizar a especialização produtiva, com a produção de bens intermediários. AtravésAo daslongo primeirasda décadasprimeira metade do século XX, o plano foi sendo gradualmente implementado com diversas iniciativas, como a criação da [[Cidade Industrial de Contagem]] em 1941. Contudo, o avanço foi prejudicado por conta de problemas logísticos como a falta de energia e de uma rede eficiente de transportes.<ref name=”industrialização” /><ref name=”industrialização2″ />

[[Imagem:Usina de Furnas-Tubulação.jpg|thumb|esquerda|Tubulação utilizada para construção da [[Usina Hidrelétrica de Furnas]].]]

A partir do fim da década de 401940 e ao longo da década de 501950, no entanto, Minas Gerais passa por um importante processo de transformação, que visa sanar os problemas que barravam o desenvolvimento mineiro, principalmente durante o período do mandato de [[Juscelino Kubitschek]] como governador (1951-1955) e presidente da república (1956-1961). Foram criadas a [[Companhia Energética de Minas Gerais]] (Cemig), várias [[usina hidroelétrica|usinas hidroelétricas]] e milhares de quilômetros de rodovias.<ref name=”industrialização” /> Um importante setor industrial que se desenvolveu neste período foi o [[metalurgia|metalúrgico]], sustentado pela exploração do [[ferro]] na região central do estado.<ref>{{citar web|url=http://www.igc.ufmg.br/geonomos/PDFs/3_1_77_86_Silva.pdf|arquivourl=https://www.webcitation.org/6M6UHUdVh?url=http://www.igc.ufmg.br/geonomos/PDFs/3_1_77_86_Silva.pdf#|arquivodata=24 de dezembro de 2013|título=A mineração em Minas Gerais: passado, presente e futuro|autor=Olintho Pereira da Silva|publicado=Geonomos|formato=PDF|acessodata=24 de dezembro de 2013|urlmorta=no}}</ref> Contudo, a instabilidade econômica que se sucedeu durante a década de 1960 afetou a continuidade de tal crescimento, deixando o estado em defasagem.<ref name=”industrialização” /> Durante a [[Ditadura militar brasileira|ditadura militar]], as federações de indústrias de Minas Gerais e importantes industriais mineiros apoiaram o regime.<ref>{{citar web|url=http://www.istoedinheiro.com.br/entrevistas/117277_EMPRESAS+QUE+APOIARAM+A+DITADURA+PODERAO+SER+PROCESSADAS|título=”Empresas que apoiaram a ditadura poderão ser processadas” |autor=ISTOÉ Dinheiro |acessodata=7 de fevereiro de 2014}}</ref>

Na década seguintede 1970, porém, Minas retoma sua trajetória de crescimento econômico beneficiado, sobretudo, pelo processo de descentralização industrial. Como resultado, o crescimento do [[produto interno bruto]] mineiro foi superior à média nacional por vários anos. Tal processo deveu-se ao incremento da produção industrial e fortalecimento da agricultura. Tal processo provocou ainda o aumento da porcentagem da população que vivia nas cidades, embora boa parte deste êxodo rural tenha motivado a emigração da população para os grandes centros urbanos de outros estados. Na década de 1980, o crescimento econômico mineiro sofre uma nova descontinuidade por conta da crise econômica generalizada pela qual o país passava. Mesmo assim, o crescimento mineiro ainda foi superior à média nacional. A partir da década de 901990, o estado apresentou baixo dinamismo econômico, seguindo a tendência nacional. A partir de então, Minas se consolida na economia nacional com o terceiro maior PIB do país, e se mantém na posição até hoje.<ref name=”industrialização” /><ref>{{citar web|url=http://www.mg.gov.br/governomg/portal/m/governomg/invista-em-minas/invista-em-minas/12017-economia/11972/5042|arquivourl=https://www.webcitation.org/6M6UimEkC?url=http://www.mg.gov.br/governomg/portal/m/governomg/invista-em-minas/invista-em-minas/12017-economia/11972/5042#|arquivodata=24 de dezembro de 2013|título=Economia robusta e diversificada|publicado=Portal Minas Gerais|acessodata=24 de dezembro de 2013|urlmorta=no}}</ref>

== Geografia ==

{{ver artigo principal|Lista de unidades geomorfológicas de Minas Gerais por altitude}}

[[Imagem:Cruzeiro no Pico da Bandeira.jpg|thumb|esquerda|[[Pico da Bandeira]], o ponto mais alto do estado,<ref name=”ICMBio_Caparaó”/> com a [[Serra do Caparaó]] ao fundo.]]

AMais maiorde parte90% do território mineiro apresentaestá altitudesacima quede oscilam300 m de altitude, quase 60% do mesmo acima dos 600 m e 20% entre 900 e {{fmtn|1500}} metrosm de altitude,<ref name=”:3″ /><ref name=”MGG”>{{citar web|url=http://www.brasilescola.com/brasil/aspectos-naturais-minas-gerais.htm |título=Aspectos naturais de Minas Gerais |autor=Eduardo de Freitas |publicado=Brasil Escola |acessodata=20 de dezembro de 2013}}</ref> tendo predominância de [[planalto]]s com [[escarpa]]s e [[Depressão (geografia)|depressões]], mais notáveis na região central.<ref>{{citar web|URL=http://www.suapesquisa.com/geografia/minas_gerais.htm |título=Geografia de Minas Gerais |autor=Sua Pesquisa |data=23 de novembro de 2012 |acessodata=20 de dezembro de 2013}}</ref> O ponto mais alto do estado é o [[Pico da Bandeira]], situado na divisa com o [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]], com {{fmtn|2891}} metros de [[altitude]] (o terceiro maior do país), seguido pelo [[Pico do Cristal]] com {{fmtn|2780}} metros.<ref name=”ICMBio_Caparaó”>{{citar web|URL=http://www.icmbio.gov.br/parnacaparao/ |título=Parque Nacional do Caparaó |autor=Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) |acessodata=20 de dezembro de 2013}}</ref> Além da [[Serra do Caparaó]], onde está o pico da Bandeira, outros maciços montanhosos merecem destaque no território mineiro, dentre eles a [[Serra do Espinhaço]], que segue do centro em direção ao norte do estado até o limite com a Bahia. Ao sul, delimitando a fronteira com os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, está a [[Serra da Mantiqueira]] na qual se situam [[Lista de picos do Brasil|alguns dos mais altos picos do país]], como o [[Pico das Agulhas Negras|Agulhas Negras]] com {{fmtn|2787}} metros de altitude. Outras cadeias montanhosas de menor porte espalham-se por todo o estado, dentre as mais notáveis a [[Serra da Canastra]] e [[Serra do Lenheiro|do Lenheiro]].<ref>{{citar web|url=http://descubraminas.com.br/MinasGerais/Pagina.aspx?cod_pgi=1801|arquivourl=https://www.webcitation.org/6MFwEJ57F?url=http://descubraminas.com.br/MinasGerais/Pagina.aspx?cod_pgi=1801#|arquivodata=30 de dezembro de 2013|título=Relevo|autor=Descubra Minas|acessodata=30 de dezembro de 2013|urlmorta=no}}</ref>

Oficialmente, as formas de relevo existentes no estado de Minas Gerais podem ser divididas nos seguintes tipos de unidades geomorfológicas: ”planalto Cristalino”, ”serra do Espinhaço”, ”depressão do rio São Francisco”, ”planalto do São Francisco” e ”planalto do Paraná”.<ref name=”MGG”/> O planalto cristalino possui altitudes médias de 800 metros — sendo reduzida ao aproximar-se da [[Zona da Mata Mineira|Zona da Mata]] —, apresentando depressões onde originam-se os vales dos rios [[Vale do Jequitinhonha|Jequitinhonha]] e [[Vale do Rio Doce|Doce]].<ref name=”MGG”/> A [[serra do Espinhaço]] possui altitude média de {{fmtn|1300}} metros,<ref name=”MGG”/> relevando-se por dividir a [[bacia do rio São Francisco]] com as bacias hidrográficas costeiras.<ref>{{citar web|URL=http://citrus.uspnet.usp.br/geousp/ojs-2.2.4/index.php/geousp/article/viewFile/450/262 |título=Mapeamento de unidades de relevo na Serra do Espinhaço meridional |autor=Éric Andrade Rezende e André Augusto Rodrigues Salgado |data=9 de setembro de 2011 |publicado=Universidade de São Paulo (USP) |acessodata=20 de dezembro de 2013}}</ref> A depressão do rio São Francisco tem altitude média de 500 metros e está presente na parte oeste de Minas, em sentido norte-sul.<ref name=”MGG”/> O planalto do São Francisco tem altitude média de mil metros e é composto por chapadões acidentados entrelaçados por vales.<ref name=”MGG”/> Por fim, o planalto do Paraná tem altitude média de 600 metros e corresponde ao sudoeste mineiro, sendo cortado por rios como o [[Rio da Prata (Minas Gerais)|da Prata]], Tijuco e o [[Rio Araguari (Minas Gerais)|Araguari]].<ref name=”MGG”/>