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Novo confronto deixa agricultores e invasores feridos na região Oeste – O Paraná – Jornal de Fato

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Data: 18/10/2024 10:27:38

Fonte: oparana.com.br


Guaíra – O clima voltou a ficar tenso na região de Guaíra, onde agricultores e invasores travam uma batalha pela posse de terras. De acordo com informações apuradas pela equipe de reportagem do Jornal O Paraná, ainda na manhã de ontem (17), agricultores e invasores ficaram feridos em confronto. O presidente da Comissão de Mediação e Solução Fundiária do TJ-PR (Tribunal de Justiça do Estado do Paraná), Fernando Prazeres, confirmou o novo confronto. “Incompreensão e impaciência foi a tônica desse novo episódio”, disse.


Agricultores que estavam se deslocando de caminhão para uma área no Cachimbeiro, de propriedade de Paulo Vanin, foram recebidos com “pedradas” e “garrafadas” por parte dos invasores. Os agricultores feridos foram encaminhados para atendimento médico.


Marly Kihara, mãe de um dos agricultores ferido com mais gravidade, conversou com a equipe do O Paraná e disse que o filho sofreu fratura na face e diversas outras lesões. No começo da tarde de ontem, ela e o filho – que estava sedado -, se deslocaram de ambulância até um hospital de Cascavel. “A situação aqui em Guaíra está cada vez pior. Ninguém faz nada para resolver isso de uma vez por todas. Enquanto isso, inocentes, como meu filho, vão continuar a pagar um preço alto por conta da falta de uma ação mais efetiva das autoridades”, desabafou dona Marly.


O agricultor relatou para a mãe que ao lado de outros produtores, chegou a determinado local da propriedade para fazer a retirada de tocos para posteriormente realizar o plantio da área, quando foram surpreendidos com pedras e garrafas. “Eles tentaram se proteger e mesmo assim, acabaram feridos pelos invasores”, conta ela. Os agricultores revidaram e invasores também foram atingidos.


Matheus Kihara sofreu uma fratura no osso ocular e no final da tarde aguardava por uma cirurgia. A Família Vanin vem enfrentando dificuldades após invasões desde dezembro de 2023.


Negociação


Sobre o processo de aquisição de terras para fins de demarcação, o desembargador Fernando Prazeres afirma que as negociações estão bastante adiantadas. “Áreas ofertadas foram visitadas pela Fundação Nacional do Índio e agora estão na etapa de avaliação”. Nesta sexta-feira, haverá uma reunião para definir detalhes da compra. “Penso que até o fim do mês teremos as primeiras aquisições já formalizadas”, antecipa o desembargador Fernando Prazeres, presidente da Comissão de Mediação e Solução Fundiária do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.


Depois desse novo confronto, o clima voltou a ficar tenso e a preocupação agora é com os desdobramentos que esse episódio pode resultar. O ambiente é de revolta por parte dos moradores de Guaíra.


“Incompetência”


O deputado federal e presidente da FPA (Frente Parlamentar Agropecuária), Pedro Lupio (PP-PR), mais uma vez lamentou a violência registrada dos “ditos indígenas que, na verdade, são invasores de terra”. “Do que adianta estarmos participando de mesas de negociações e conciliações em Brasília com o Supremo Tribunal Federal e fazendo negociações com o governo para que a gente consiga ter algum tipo de avanço nessa questão, se recebemos notícias absurdas como essa, praticamente, toda semana?”, questionou.


O parlamentar voltou a criticar a “inépcia, a ineficiência, a incompetência do governo federal na gestão desta questão”. E completou: “A Força Nacional mostra mais uma vez que não tem condições de garantir a segurança. O governador do Estado do Paraná já entrou com medida cautelar ao ministro Gilmar Mendes [STF] para que a Polícia Militar possa atual em relação a esses ‘indígenas’, garantir a reintegração de posse daquelas áreas em que já foram expedidas e que a Justiça permitiu; que a gente possa devolver um pouco de tranquilidade para os moradores de Guaíra e Terra Roxa e, principalmente aos produtores rurais que foram brutalmente atacados”.


O deputado federal por Cascavel, Nelsinho Padovani (União), afirmou que vai requerer informações do Governo e da Itaipu “sobre os milhões de reais para ONG’s relacionadas a questão indígena e sua gestão sobre o assunto, o porquê a Itaipu peticionou nas ações de reintegração de posse Justiça Federal; não podemos tolerar que situações como esta continuem acontecendo”.