Ibovespa avança, com repercussão de explosões em Brasília e fiscal no radar; dólar cai
Data: 14/11/2024 10:01:13
Fonte: cnnbrasil.com.br
A bolsa brasileira apresentava viés positivo nas negociações desta quinta-feira (14), enquanto o dólar avançava ante o real em meio aos desdobramentos das explosões em Brasília na véspera e as tratativas do governo federal em fechar o pacote de ajuste fiscal
Por volta de 11h01, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,18%, a 127.968,21 pontos.
No mesmo horário, o dólar à vista recuava 0,42%, a R$ 5,7819 na venda.
Na véspera, o principal índice do mercado brasileiro encerrou de lado, com leve alta de 0,03%, aos 127.733 pontos. Já a divisa norte-americana subiu 0,32%, negociada a R$ 5,791.
Na cena doméstica, mercados acompanham os desdobramentos das explosões em Brasília na véspera e as tratativas do governo federal em fechar o pacote de ajuste fiscal. Também segue no foco a série de balanços corporativos do terceiro trimestre.
Neste quarta (13), membros do governo federal e do Legislativo realizaram uma série de reuniões para encaminhar as medidas. A expectativa, porém, é que o pacote seja divulgado na semana que vem, após a Cúpula do G20, que encerra na terça-feira (19).
Na cena internacional
No contexto internacional, Investidores estão precificando os possíveis efeitos das medidas econômicas prometidas por Trump, que incluem tarifas e cortes de impostos. Segundo analistas, os planos do presidente eleito têm potencial inflacionário, o que pode fazer o Federal Reserve manter os juros elevados nos EUA.
“A ver quais serão as medidas que o Trump vai tomar. Espera-se um dólar mais forte nesta gestão, mas ainda falta algo de concreto para a gente poder analisar”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
Diante dessa perspectiva, os rendimentos dos Treasuries têm apresentado ganhos sólidos nas últimas sessões, favorecendo a moeda norte-americana.
Os mercados ainda estão se ajustando à redução das expectativas por cortes de juros pelo Fed devido à força que a economia dos EUA tem demonstrado em dados recentes.
Em mercados emergentes, o mal-estar em relação à economia da China também tem prejudicado o apetite por risco, uma vez que o país enfrenta uma crise no setor imobiliário e uma demanda interna fraca, com anúncios recentes de medidas de estímulo decepcionando os investidores.
A escolha do senador Marco Rubio como secretário de Estado do novo governo Trump prejudicou ainda mais à visão em relação à China, uma vez que o parlamentar da Flórida é visto como defensor de uma política externa agressiva para o gigante asiático.
Cenário doméstico
O mercado segue na espera do anúncio de medidas fiscais pelo governo, que busca garantir a sustentação do arcabouço fiscal no longo prazo e afastar as dúvidas dos investidores sobre seu compromisso com o equilíbrio das contas públicas.
Na quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o pacote fiscal será “expressivo”, mas disse não saber se há tempo hábil para o governo anunciar as medidas ainda nesta semana.
O nervosismo do mercado com a demora do anúncio, uma vez que a promessa do governo era divulgar as medidas após o segundo turno das eleições municipais, refletia na curva de juros brasileira, onde as taxas de DI estavam em alta.
*Com Reuters