Não há possibilidade de se discutir ações de mitigação, adaptação e transformação sem incluir os Povos Indígenas. Eles exercem um papel histórico na preservação da floresta e na manutenção da biodiversidade, praticando manejo sustentável de forma autônoma, podendo contribuir especialmente com as soluções baseadas na natureza para o enfrentamento à emergência climática.

E estão contribuindo, graças à sua luta e importância de suas vozes. Na COP16 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), realizada no mês passado, em Cali, na Colômbia, eles conseguiram aprovar a criação de um órgão subsidiário permanente para tratar dos direitos de povos indígenas e comunidades tradicionais, incluindo comunidades afrodescendentes, como os quilombolas.

Agora, na COP 29, em Baku (Azerbaijão), os indígenas estão ampliando sua participação. Na Conferência, foi realizada a Caucus Indígena, um espaço composto por cerca de 500 representantes indígenas e membros de organizações comunitárias de diferentes regiões do mundo, que visam garantir a sua participação plena e efetiva nas negociações.

Dentre as iniciativas brasileiras para ampliar a incidência direta dos povos indígenas com os negociadores, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, citou o Programa Kuntari Katu: Líderes Indígenas na Política Global, criado em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Meio Ambiente.

O programa faz parte de um esforço do governo para ampliar a participação indígena em espaços no âmbito das relações internacionais, reconhecendo a importância de suas vozes e pontos de vista nesses espaços. O programa já levou participantes para a COP 29 e para a COP 16, na Colômbia e, não tenho dúvidas, os levará para onde suas presenças sejam essenciais.

📷: @minpovosindigenas

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