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Ministério cobra apuração rigorosa após morte de jovem grávida durante abordagem policial em MG

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Data: 18/11/2024 18:17:39

Fonte: cbn.globo.com

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania cobrou uma apuração rigorosa e transparente da morte de uma jovem, de 18 anos, durante uma abordagem policial na cidade mineira de Governador Valadares, na região do Vale do Rio Doce. O caso aconteceu no dia 14 de novembro, quando Thainara Vitória Santos, que estava grávida de quatro meses, foi presa pelos militares e morreu dentro da viatura policial.

Conforme o Ministério, será enviado um ofício à Secretaria Estadual de Segurança Pública e aos comandos, Corregedoria e Ouvidoria da PM e da Polícia Civil de Minas. O documento vai “solicitar celeridade e imparcialidade na apuração dos fatos e na investigação, para garantir a devida responsabilização dos envolvidos no caso”.

O Ministério também ressaltou que o “Estado deve ser um instrumento de proteção e segurança para todos, garantindo a dignidade e a vida como princípios fundamentais de uma sociedade justa”. Por fim, a nota expressa solidariedade à família de Thainara.

A causa da morte da jovem é investigada pela Polícia Civil de Minas e o laudo do exame de necrópsia deve ser divulgado em até 30 dias. Conforme o boletim de ocorrência da PM, Thainara foi presa durante uma abordagem dos militares ao condomínio residencial onde ela morava, no momento em que os agentes faziam buscas por um suspeito de homicídio.

Segundo os policiais, o homem estava escondido no local e Thainara e outras pessoas tentaram impedir a prisão dele. Ainda na versão apresentada pelos militares, a moça agrediu os agentes e, por isso, foi presa. A jovem, no momento de entrar na viatura, apresentou fraqueza e ânsia de vômito, mas foi socorrida.

Já os familiares contestam a alegação dos policiais e afirmam que, durante a confusão, o irmão de Thainara, que tem autismo, chegou a ser abordado pelos militares e ela tentou impedir a ação. Em entrevista à Inter TV, afiliada da Globo, Reginaldo do Santos, que é pai da jovem, disse que um laudo da unidade de saúde aponta que a adolescente sofreu agressões.

“Tem um menino especial, que é o irmão da minha filha, ele correu depois de se assustar com os policiais e eles correram atrás. Eles invadiram a casa sem mandado de prisão, sem nada, e agarraram um menino, uns oito homens em cima de uma criança. A minha filha, ela saindo para trabalhar, viu aquela situação, tentou abordar os policiais avisando que o menino tem problema, toma medicamento controlado. Ao invés de ir para a delegacia, ela foi para a UPA já sem vida. A menina chegou lá toda quebrada, pelo menos é o que está escrito aqui no papel. Chegou com escoriação, com roxos no maxilar, neste papel da UPA está falando tudo”, disse.

Em nota, a Polícia Militar de Minas esclareceu que os fatos estão sendo apurados também internamente e que as investigações estão sendo conduzidas de “forma rigorosa para assegurar que todos os detalhes sejam esclarecidos”.