De Brasília – A tentativa de bloquear a votação das comissões permanentes na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) fracassou nesta terça-feira (10). Os deputados Requião Filho (PT), Luiz Fernando Guerra (União) e Fábio Oliveira (Podemos) buscaram no Tribunal de Justiça do Paraná suspender a convocação, mas não obtiveram êxito.

A decisão partiu do desembargador substituto Mauro Bley Pereira Junior, que indeferiu o pedido de liminar. Segundo ele, não havia prova de que o prosseguimento do pleito provocaria prejuízos irreparáveis aos deputados. Além disso, o magistrado argumentou que o presidente da Casa atuou em favor da eficiência e da agilidade dos trabalhos, sem evidências de que a eleição das comissões prejudicaria futuras contestações.

Diante dessa sinalização da Justiça, a votação seguiu conforme previsto. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o atual presidente da Alep, Ademar Traiano, obteve 8 votos e garantiu a presidência do colegiado. Outros parlamentares, como Renato Freitas (PT), somaram menos apoio, com apenas 2 votos, enquanto Luiz Fernando Guerra e Márcio Pacheco (Progressistas) conquistaram 1 voto cada.

Na prática, houve uma aliança tácita entre parlamentares lavajatistas e parte da bancada petista. O pronunciamento do senador Sergio Moro (União), contra Traiano, e a consequente candidatura de Freitas à CCJ sintetizam esse “coincidente” movimento na ALEP.

O resultado, portanto, consolida ainda mais o domínio do grupo majoritário, fortalecendo estruturas que já pareciam blindadas contra vozes discordantes. Mesmo após tentativas de barrar o processo, as costuras políticas prevaleceram, reforçando a sensação de que, nos bastidores, a engrenagem legislativa funciona conforme a conveniência dos mais fortes.