O Ibovespa hoje fechou em queda, com investidores em clima de cautela em relação aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que devem ser divulgados na terça-feira (25). O principal índice da B3 encerrou esta segunda-feira (24) em baixa de 1,36% aos 125.401,38 pontos, depois de oscilar entre máxima a 127.274,72 pontos e mínima a 125.161,77 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,3 bilhões.

O mercado acompanhou de perto a nova edição do Boletim Focus. A mediana do relatório para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 subiu pela 19ª semana consecutiva, de 5,60% para 5,65% – 1,15 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, era de 5,50%. Já a projeção para a Selic ao final do ano permaneceu estável pela sétima semana consecutiva, em 15%.

No que se refere ao câmbio, a mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu de R$ 6 para R$ 5,99. Com isso, ficou abaixo da linha de R$ 6 pela primeira vez desde 13 de janeiro, quando foi publicado o segundo boletim de 2025. No ano, a moeda americana acumula perdas de 6,86% em relação ao real.

Nesta segunda-feira, no entanto, o dólar terminou o dia em alta de 0,44% a R$ 5,7560 no mercado doméstico de câmbio. Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, explica que a proximidade do feriado de carnaval e a retomada dos trabalhos no Congresso, após o feriado, são eventos aguardados pelos participantes do mercado para a continuidade da discussão sobre o ajuste fiscal.

“Pode-se dizer que o real se beneficiou da ausência de uma agenda política relevante nos primeiros dois meses do ano, já que a falta de ruídos na discussão fiscal favoreceu o câmbio, que acumula queda de quase 7% no ano. Contudo, a agenda política será determinante após o recesso do Congresso, especialmente para que os ativos brasileiros, como o dólar, sigam em uma tendência favorável”, afirma.

Em Nova York, S&P 500 e Nasdaq caíram 0,5% e 1,21%, respectivamente, enquanto Dow Jones subiu 0,08%. A semana é marcada por indicadores importantes nos Estados Unidos, com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) e do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) – a medida de inflação “preferida” do Federal Reserve (Fed). A leitura do PIB americano do quarto trimestre sai na quinta-feira (27), já o PCE de janeiro sai na sexta-feira (28).

Na Bolsa brasileira, as ações da Vale (VALE3), de maior peso para a carteira do Ibovespa, terminaram o pregão em queda de 0,91%, acompanhando o desempenho negativo do minério de ferro no exterior. Quem também se saiu mal foi a Petrobras (PETR3; PETR4), que lança seu resultado trimestral na quarta-feira (26): enquanto os papéis ordinários (PETR3) recuaram 0,66%, os preferenciais (PETR4) sofreram baixa de 0,70%.

A semana conta com a divulgação de embraer-embr3/” target=”_blank” rel=”noopener nofollow”>balanços de grandes empresas. Na terça-feira (25), Telefônica Brasil (VIVT3), IRB (IRBR3) e Rede D’Or (RDOR3) abrem seus números no fim do dia. Já na quarta-feira (26), tem as divulgações de Ambev (ABEV3) e Klabin (KLBN11), antes da abertura do mercado, e Braskem (BRKM5) e Marfrig (MRFG3), no fechamento. Por fim, embraer-embr3″ target=”_blank” rel=”noopener nofollow”>Embraer (EMBR3), Copel (CPLE6) e Localiza (RENT3) apresentam seus resultados na quinta-feira (27).

As maiores altas do Ibovespa hoje

As três ações que mais valorizaram no dia foram Azul (AZUL4), embraer-embr3″ target=”_blank” rel=”noopener nofollow”>Embraer (EMBR3) e BB Seguridade (BBSE3).

Azul (AZUL4): 4,13%, R$ 3,78

As ações da Azul (AZUL4) encerraram a sessão com a maior alta do dia, registrando ganhos de 4,13% a R$ 3,78. O movimento ocorreu após a empresa divulgar seus resultados do quarto trimestre de 2024. A aérea reportou lucro líquido ajustado de R$ 62,4 milhões no período, revertendo o prejuízo de R$ 270,6 milhões registrado em igual intervalo de 2023. No critério não ajustado, houve prejuízo líquido de R$ 3,9 bilhões ante lucro de R$ 403,3 milhões um ano antes.

A AZUL4 está em baixa de 17,83% no mês. No ano, acumula uma valorização de 6,78%.

Embraer (EMBR3): 1,54%, R$ 59,89

Outro destaque positivo do dia foi a Embraer (EMBR3), que subiu 1,54% a R$ 59,89. Os papéis da empresa se recuperaram de parte das perdas de sexta-feira (21), quando tombaram 3,67%.

A EMBR3 está em alta de 0,32% no mês. No ano, acumula uma valorização de 6,58%.

BB Seguridade (BBSE3): 1,24%, R$ 37,49

Na lista de principais altas do dia, estiveram ainda as ações do BB Seguridade (BBSE3), que avançaram 1,24% a R$ 37,49, sem notícias específicas sobre a companhia no radar dos investidores.

A BBSE3 está em alta de 3,25% no mês. No ano, acumula uma valorização de 10,01%.

As maiores quedas do Ibovespa hoje

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azzas 2154 (AZZA3), Vamos (VAMO3) e MRV (MRVE3).

Azzas 2154 (AZZA3): -7,45%, R$ 28,69

As ações da Azzas 2154 (AZZA3) registraram a pior performance do Ibovespa hoje, finalizando o dia em queda de 7,45% a R$ 28,69. Os papéis cíclicos, mais sensíveis aos ciclos econômicos, sofreram com o estresse na curva de juros doméstica.

A AZZA3 está em baixa de 15,99% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 3,01%.

Vamos (VAMO3): -6,93%, R$ 4,3

Outro destaque negativo foi a Vamos (VAMO3), que tombou 6,93% a R$ 4,3, também pressionada pela alta dos juros futuros.

A VAMO3 está em baixa de 11,16% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 9,47%.

MRV (MRVE3): -6,79%, R$ 5,35

Quem também se saiu mal no Ibovespa hoje foi a MRV (MRVE3), que recuou 6,79% a R$ 5,35. A incorporadora voltada à baixa renda abre nesta segunda-feira, após o fechamento dos mercados, os números do quarto trimestre do ano passado.

A MRVE3 está em baixa de 5,14% no mês. No ano, acumula uma valorização de 0,75%.

*Com Estadão Conteúdo