Baixar Notícia
WhatsApp

Aviação mundial registrou 1 acidente a cada 880 mil voos em 2024

Acessar notícia original

Data: 26/02/2025 18:24:55

Fonte: noticias.r7.com

Luiz Fara Monteiro|Luiz Fara MonteiroOpens in new window

A Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) divulgou seu Relatório Anual de Segurança da Aviação de 2024. O setor apresentou mais um ano de forte desempenho geral de segurança, incluindo melhorias na média de cinco anos em vários parâmetros-essenciais, entretanto o número de acidentes fatais obteve um desempenho excepcional em 2023.

“Mesmo com os recentes acidentes de aviação de alta repercussão, é importante lembrar que os acidentes são extremamente raros. Foram realizados 40,6 milhões de voos em 2024, com sete acidentes fatais. Além disso, o histórico de longo prazo da segurança da aviação é de melhoria contínua. Há dez anos, a média de cinco anos (2011-2015) era de um acidente para cada 456 mil voos. Hoje, a média de cinco anos (2020-2024) é de um acidente para cada 810 mil voos. Essa melhoria ocorre porque sabemos que cada fatalidade significa muito. Lembramos aqui cada vida perdida nos acidentes de aviação com nossas mais profundas condolências e a determinação cada vez mais forte de tornar a aviação ainda mais segura. E para isso, a coleta de dados de segurança, incluindo o relatório de segurança de 2024, é a nossa ferramenta mais poderosa”, declara Willie Walsh, diretor geral da IATA.

Os destaques do relatório incluem:

Zonas de conflito: necessidade de ações

Acidentes e incidentes em zonas de conflito são considerados eventos relacionados à segurança e não estão inclusos neste relatório. Embora não apareçam nos dados deste relatório de segurança, são uma das principais preocupações para a segurança da aviação, juntamente com os crescentes incidentes de interferência do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS), e exigem coordenação global urgente.

“Nenhuma aeronave civil deve ser alvo deliberado ou acidental de operações militares. Os governos devem intensificar, aprimorar o compartilhamento de inteligência e estabelecer protocolos globais mais claros para evitar tais tragédias e proteger a aviação civil”, afirma Walsh.

Desempenho de segurança por região

Fortalecendo a segurança por meio de relatórios de acidentes pontuais, abrangentes e públicosRelatórios de acidentes atrasados ou incompletos deixam de fornecer às partes envolvidas – operadoras, fabricantes, autoridades e provedores de infraestrutura – informações fundamentais que poderiam melhorar ainda mais a segurança da aviação. A análise da IATA das investigações de acidentes de 2018-2023 revela que apenas 57% foram concluídas e publicadas conforme definido na Convenção de Chicago.

As taxas de conclusão variam significativamente entre as regiões: o Norte da Ásia lidera com 75%, seguido pela América do Norte (70%) e Europa (66%), CEI (65%), Oriente Médio e Norte da África (60%), América Latina e Caribe (57%), Ásia-Pacífico (53%) e África (20%).

“A investigação de acidentes é uma ferramenta essencial para melhorar a segurança da aviação global. Para ser eficaz, os relatórios de investigações de acidentes devem ser completos, acessíveis e sem atraso. O Anexo 13 da Convenção de Chicago deixa claro que esta é uma obrigação do Estado. Deixar de elaborar relatórios de acidentes por considerações políticas é totalmente inaceitável. E se a capacidade de investigação for o problema, então precisamos de um esforço global coordenado para fornecer suporte técnico a países com capacidade limitada em investigação de acidentes”, reforça Walsh.

O aumento acentuado na interferência do GNSS representa um risco crescente para a segurança da aviaçãoDados do iata.org/en/services/data/safety/gadm/idx/” rel=””>IATA Incident Data Exchange (IDX) destacam um aumento significativo na interferência relacionada ao GNSS, que pode enganar os sistemas de navegação de aeronaves. Embora existam vários sistemas de apoio em vigor para ajudar a segurança da aviação, mesmo quando esses sistemas são afetados, esses incidentes ainda representam riscos deliberados e inaceitáveis para a aviação civil. A interferência do GNSS é mais prevalente na Turquia, Iraque e Egito.

Relatos de interferência do GNSS – incluindo interrupções de sinal, bloqueio e falsificação – aumentaram entre 2023 e 2024. As taxas de interferência aumentaram 175%, enquanto os incidentes de falsificação de GPS aumentaram 500%.

“O aumento acentuado de eventos de interferência do GNSS é muito preocupante. A navegação confiável é fundamental para operações de voo seguras e eficientes. São necessárias medidas imediatas por parte de governos e provedores de serviços de navegação aérea para interromper essa prática, aumentar a conscientização e garantir que as empresas aéreas tenham as ferramentas necessárias para operar com segurança em todas as áreas”, conclui Walsh.

Últimas