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Negócios na Gulfood sinalizam alta nas exportações avícolas do País

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Data: 27/2/2025 16:55:50

Fonte: jornaldocomercio.com


O setor avícola brasileiro vive grande momento no mercado internacional, com perspectivas positivas para as exportações ao longo de 2025. Mostra desse cenário foi a participação na Gulfood, encerrada recentemente em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.


Durante o evento, foram concretizados US$ 47 milhões em negócios e entabulados outros US$ 560 milhões para fechamento até o final do ano. E, conforme o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, a performance na maior feira de alimentos do Oriente Médio aponta para a consolidação do resultado positivo previsto para as vendas externas em 2025.



Em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a ABPA levou 23 agroindústrias do País para o evento. Entre as ações organizadas estiveram encontros de negócio e outras iniciativas comerciais, como degustação de produtos avícolas brasileiros junto aos visitantes do evento.


Há forte demanda pelos produtos brasileiros no mercado internacional, e a Gulfood foi um termômetro desse momento. As boas expectativas de negócios gerados em Dubai serão primordiais para a consolidação do resultado positivo previsto para as exportações do setor em 2025, de 5,4 milhões de toneladas“, analisa o dirigente.


Em 2024, o Brasil exportou cerca de 5,3 milhões de toneladas de carne de frango, crescimento de 3% na comparação com o ano anterior. A receita gerada por essas exportações atingiu recorde de US$ 9,9 bilhões.



Neste ano, a gaúcha Vibra e outras empresas que têm unidades no RS, como Aurora, BRF e Seara participaram da mostra em Dubai. A Vibra, aliás, mantém desde 2017 uma unidade de negócios naquela cidade, que é o centro financeiro do país, principal destino das exportações do grupo.
Na Gulfood 2024, foram fechados US$ 75 milhões em negócios no espaço da ABPA, com projeção de US$ 650 milhões ao longo do ano. Conforme a entidade, os números foram maiores porque parte das empresas que neste ano foram com estande próprio estavam, no ano passado, na área da ABPA no complexo do evento.


Por outro lado, outro fator deve potencializar ainda mais a demanda externa por produtos avícolas brasileiros: a influenza aviária, especialmente o subtipo H5N1, que continua a se espalhar globalmente. A propagação do H5N1 em países exportadores de carne de frango reduziu a oferta global, afetando o comércio internacional.


Nos Estados Unidos, por exemplo, a gripe aviária também provocou o abate de 15 milhões de aves poedeiras e a escassez de ovos no mercado, com elevação dos preços. O produto chega a custar US$ 11,00 a dúzia para o consumidor em Nova York, cerca de R$ 64,00.


Atenta aos ao problema, a cadeia avícola do Rio Grande do Sul está reforçando ações para manter e garantir a biosseguridade com medidas com “régua alta”, observa o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav-RS), José Eduardo dos Santos.


“Esse componente renova a importância do País no mercado global do setor. E, internamente, estamos fazendo ajustes na produção, enquanto os preços da carne de frango vão se estabilizando. Esse movimento foi necessário por conta dos efeitos das enchentes do ano passado, que prejudicaram escoamento e logística, e também pelo caso de Newcastle em Anta Gorda, que restringiu nossas exportações“.



Santos também assegura que apesar da tendência de aumento nas exportações, não faltará carne de frango nem ovos para o consumo interno.


Maior exportador mundial de carne de frango, o Brasil conseguiu se manter livre de surtos da enfermidade em granjas comerciais. Em janeiro deste ano, as exportações brasileiras de frango cresceram quase 10%, com um aumento de 20,9% na receita, impulsionadas pela demanda de países como China, União Europeia e Filipinas.


E essa condição sanitária favorável posiciona o País como fornecedor confiável no mercado global, ampliando as oportunidades comerciais em um cenário de oferta reduzida.


A conjuntura internacional está reforçando o papel do Brasil como um fornecedor essencial de carne de frango para diversos mercados. O impacto da Influenza Aviária sobre a oferta global tem levado mais importadores a buscarem a estabilidade do produto brasileiro, um movimento que tende a se intensificar ao longo do segundo semestre, período historicamente mais forte para as exportações”, finaliza Ricardo Santin.