Após ‘tarifaço’, mercado fica atento a emprego nos EUA, falas de Powell e balança comercial brasileira
Data: 04/04/2025 07:42:04
Fonte: valorinveste.globo.com
No último dia da semana do “tarifaço” de Donald Trump, a resposta chinesa às medidas dos Estados Unidos promete movimentar o mercado. Além disso, mais dados e divulgações americanos ficam no radar. O “payroll”, que mostra a criação de vagas de emprego no país trará pistas do quanto está aquecida a economia norte-americana. Além disso, falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), podem trazer sinais do futuro dos juros por lá. Por aqui, a balança comercial de março atrai os holofotes.
Após o tarifaço de Donald Trump, a China não deixou barato e tratou de anunciar taxas recíprocas: 34% para os produtos norte-americanos.
O Ministério do Comércio da China já havia afirmado as tarifas “violam as regras do comércio internacional, infringem gravemente os direitos legítimos das partes relevantes e representam um ato típico de intimidação unilateral”, segundo informações da agência de notícias Dow Jones.
No comunicado, o órgão afirmou que “a China insta os EUA a revogarem imediatamente suas medidas tarifárias unilaterais e a trabalharem com parceiros comerciais para resolver as diferenças por meio de um diálogo justo e construtivo”.
Agora, o mercado ainda espera alguma reação mais latente da União Europeia (cujos membros foram taxados em 20%). Caso isso aconteça, podemos esperar um agravamento da guerra comercial e, claro, uma reação forte nas bolsas.
O ponto alto do dia, em termos de indicadores, são os dados do “payroll” norte-americano. O relatório será divulgados às 9h30 de Brasília e trará a criação de empregos em março, além da taxa de desemprego e o salário médio por hora.
Em fevereiro, foram criadas 151 mil vagas, uma aceleração aquém do esperado. Além disso, a taxa de desemprego ficou em 4,1% e o salário médio aumentou 0,3% na comparação mensal e 4% na anual.
É importante lembrar que dados fortes de mercado de trabalho significam um aquecimento da economia e, portanto, mais inflação. E se a alta de preços der sinais de estar sob pressão, há mais cautela por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para os cortar os juros.
E se a inflação já era uma preocupação dos EUA, no governo Trump isso fica ainda mais latente, uma vez que algumas medidas do atual presidente têm caráter mais inflacionário, como própria taxação de produtos importados, por exemplo.
O dia ainda é marcado por discurso de membros do Federal Reserve, o banco central americano. A começar pelo próprio Jerome Powell, presidente da autoridade monetária. Ele participa de evento às 12h25 de Brasília e o mercado aguarda atento suas falas.
Além dele, o vice-presidente de Supervisão do Federal Reserve, Michael S. Barr, participa de evento às 13h e o membro do conselho do Fed Christopher Waller discursa às 13h45.
Recentemente, o Fed paralisou o ritmo de corte nos juros por lá, mas sinalizou que duas novas quedas nas taxas devem acontecer neste ano. Agora, a expectativa é que Powell e os outros membros dêem sinais do que deve acontecer daqui em diante, especialmente após o “tarifaço” ser colocado em prática. Afinal, as medidas podem trazer mais pressão inflacionária.
Mas pode ser que os juros caiam mais…
Há quem acredite, porém, que as tarifas podem desincentivar o consumo por lá. Então, o banco central americano poderia cortar ainda mais as taxas para evitar uma possível recessão.
Balança comercial no Brasil
Por aqui, o mercado fica de olho na balança comercial de março. A Secretaria de Comércio (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) apresentará os dados às 15h.
O assunto ganha ainda mais força após o “tarifaço”, especialmente porque o Brasil foi considerado um dos “sortudos” nas medidas de Trump.
Os produtos do país serão taxados em 10%, o que, segundo analistas “saiu barato” devido ao fato de o Brasil importar muito mais dos EUA do que o contrário.
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