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Duas mulheres são presas tentando desembarcar com 191 canetas de Mounjaro no aeroporto Salgado Filho

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Data: 20/04/2025 14:53:43

Fonte: gauchazh.clicrbs.com.br

Receita Federal / Divulgação
Medicamentos estavam com as duas mulheres em voo vindo de Portugal.

Duas mulheres foram presas em flagrante desembarcando ilegalmente no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, com 191 unidades do medicamento Mounjaro, utilizado para tratar diabetes e obesidade.

A ação ocorreu na noite de sábado (19). A carga, que foi apreendida pela Receita Federal, foi avaliada em cerca de R$ 280 mil.

De acordo com a Receita, as duas passageiras — que não tiveram os nomes divulgados — desembarcaram na Capital de um voo proveniente de Lisboa. Ambas, de 28 anos e naturais de Goiânia, afirmaram não se conhecer.

Uma delas levava 95 unidades de canetas do medicamento e a outra, 96. Os produtos, que estavam com prazo de validade para agosto de 2025, foram encaminhados à Polícia Federal para a realização dos testes de laboratório.

De acordo com o chefe da Seção de Vigilância Aduaneira da Alfândega de Porto Alegre, Erno Edison Cunha, a importação para o uso pessoal, dependendo do tipo de medicamento, é possível sem registro, desde que os produtos não contenham substâncias controladas e sejam para consumo próprio, não para comercialização.

Já para a importação comercial ou industrial, existem leis específicas e é necessária a autorização do Ministério da Saúde.

Além disso, conforme a Receita, o manuseio e o transporte do Mounjaro exigem cuidados especiais, uma vez que se trata de um medicamento que deve ser mantido refrigerado. A importação e comercialização ilegal representam risco à saúde, pois o produto pode não ser armazenado adequadamente e pode ser falsificado.

Ao serem questionadas sobre a ilegalidade da ação, as duas passageiras alegaram desconhecer as regras brasileiras.

O Mounjaro

O Mounjaro é um medicamento injetável para tratamento de diabetes e obesidade aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2023, mas que ainda não é comercializado no Brasil. 

A medicação atua em dois hormônios do organismo: o GIP, que estimula a liberação de insulina em resposta à ingestão de alimentos, e o GLP-1, responsável por sinalizar ao cérebro quando o indivíduo está alimentado. Esse é um diferencial em relação ao Ozempic e ao Wegovy, medicamentos parecidos que agem somente no GLP-1.

Apesar de ainda não ter uma data para ser comercializado em território nacional, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) definiu que o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) de um mês de tratamento com o Mounjaro (caixa com quatro canetas, independente da dosagem) é de R$ 3.791,07 no ICMS de 18%.