— Causado pela replicação descontrolada das células da próstata, o câncer de próstata é um tumor maligno que tem a idade como principal fator de risco. Indivíduos com idade mais avançada acabam apresentando um risco aumentado de desenvolver essa doença, principalmente após os 40 anos — explica Ramon Andrade de Mello, oncologista do Centro Médico Paulista High Clinic Brazil e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia.

Por isso, o acompanhamento médico regular a partir dessa idade é considerado essencial, já que o diagnóstico precoce aumenta muito as chances de sucesso do tratamento.

Esse acompanhamento é ainda mais importante porque, muitas vezes, a doença é silenciosa. — Presença de sangue no sêmen, ao urinar, diminuição do jato de urina, mudança na frequência ou surgimento de dor ao urinar são alguns dos possíveis sintomas do câncer de próstata, mas nem sempre aparecem — detalha o oncologista.

Para aumentar as chances de detecção precoce, os exames de rastreio são fundamentais. — Além do exame de toque, o exame de sangue que dosa a quantidade de PSA (Antígeno Prostático Específico) é fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de próstata — afirma Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.

Além dos exames, adotar um estilo de vida saudável também é uma medida importante para prevenção desde a juventude.

— O mais importante é manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos, controlar o peso e manter atividades sexuais regulares — recomenda Ramon. Ele ainda ressalta que esses cuidados são especialmente indicados para quem já apresenta fatores de risco, como histórico familiar e alterações genéticas.

Uma vez diagnosticado, o tratamento pode variar de acordo com o caso. As opções incluem cirurgia, radioterapia, hormonioterapia e quimioterapia.

— Temos também novos métodos que têm demonstrado excelente eficácia, como as terapias-alvo, que localizam e manipulam células específicas para impedir o crescimento dos tumores. Outro avanço é o uso de fármacos radioativos, como o Lutécio 177, recém-aprovado pela Anvisa, além da terapia focalizada de alta intensidade (HIFU), em que usamos energia de ultrassom para destruir as células cancerígenas — destaca Ramon.

Por fim, Rodrigo Rosa lembra que pacientes diagnosticados com câncer de próstata devem se preocupar também com a fertilidade, principalmente se ainda desejam ter filhos.

— Os tratamentos podem afetar a capacidade reprodutiva. A cirurgia, por exemplo, ao retirar a próstata, compromete a produção do líquido seminal. Já a radio e a quimioterapia podem prejudicar a produção de espermatozoides — explica o especialista.

No entanto, existem alternativas para preservar a fertilidade antes do início do tratamento.