09 de maio de 2025 — A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou abril em 0,43%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE. O índice, pressionado principalmente pelos preços dos alimentos e dos produtos farmacêuticos, mostra desaceleração pelo segundo mês consecutivo, após ter registrado 1,31% em fevereiro e 0,56% em março.

Ainda assim, o resultado é o maior para um mês de abril desde 2023, quando o índice foi de 0,61%. No acumulado de 12 meses, o IPCA alcança 5,53%, superando o teto da meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com intervalo de tolerância de até 4,5%. Desde o início de 2025, todos os resultados mensais estão acima da meta, o que configura descumprimento se mantido por seis meses consecutivos.

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Café acumula alta histórica e passagens aéreas ajudam a conter inflação

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito apresentaram variação positiva, com destaque para alimentação e saúde. Somados, esses dois grupos responderam por 0,34 ponto percentual do IPCA. O maior impacto veio dos alimentos e bebidas (0,82%), seguidos por saúde e cuidados pessoais (1,18%), enquanto os transportes (-0,38%) apresentaram recuo nos preços, ajudando a conter a alta geral.

Os produtos que mais influenciaram a inflação dos alimentos foram:

• Batata-inglesa: +18,29%
• Tomate: +14,32%
• Café moído: +4,48%

O café, especificamente, acumula alta de 80,2% em 12 meses, a maior desde o início do Plano Real em 1994. Em contrapartida, o arroz (-4,19%) e os ovos (-1,29%) ajudaram a aliviar a pressão inflacionária.

A queda de 14,15% nas passagens aéreas e a redução nos combustíveis, como óleo diesel (-1,27%) e etanol (-0,82%), contribuíram para o resultado negativo do grupo transportes.

Inflação de serviços desacelera e medicamentos sobem com reajuste autorizado

A inflação dos serviços desacelerou de 0,62% em março para 0,20% em abril, enquanto os preços monitorados, como medicamentos, aceleraram de 0,18% para 0,35%. O reajuste autorizado pelo governo de até 5,09% nos preços de remédios a partir de 31 de março impactou diretamente o grupo saúde.

O índice de difusão da inflação geral chegou a 67%, o maior desde dezembro de 2024, indicando que mais itens da cesta de consumo registraram aumento.

O IBGE também divulgou o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que fechou abril com alta de 0,48%, influenciado pelo maior peso dos alimentos nas despesas das famílias de menor renda. O INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios sociais.