O governo federal inicia a semana sob pressão para apresentar um pacote de corte de gastos que permita manter o arcabouço fiscal em equilíbrio, conforme expectativa do Banco Central. As medidas para conter despesas estão em discussão desde o mês passado, mas o desafio da equipe econômica tem sido alinhar um consenso com os ministérios possivelmente afetados pelos cortes. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros representantes do governo buscam dialogar com os presidentes da Câmara e do Senado, visando facilitar a tramitação das medidas no Congresso.
Entre os programas que podem sofrer cortes estão o Bolsa Família, o BPC, o abono salarial, o seguro-desemprego e os pisos constitucionais da saúde e educação, gerando apreensão entre as áreas afetadas e centrais sindicais. Ministros como Camilo Santana, da Educação, e Nísia Trindade, da Saúde, têm evitado comentar o tema publicamente, aumentando a incerteza. Enquanto o governo trabalha para equilibrar as contas, a demora em um anúncio aumenta a insegurança no mercado, que espera medidas mais estruturais para uma sinalização positiva.